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Cachorrada solta

Justiça manda prefeitura de Alvorada diminuir número de animais nas ruas

Em 2014, Ministério Público entrou com ação apontando a grande quantidade de cachorros abandonados na cidade

29/09/2018 - 08h00min


Maria Eugenia Bofill
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Camila Domingues / Agencia RBS
Paulo Ricardo Nunes chega a contar 40 cães perto de sua casa

A grande quantidade de animais pelas ruas de Alvorada virou caso de Justiça. Nesta semana, os desembargadores da 2ª Câmara Cível confirmaram, em parte, sentença que determina uma série de ações por parte da prefeitura da cidade para o controle populacional de cães e gatos abandonados.

A briga começou em 2014, quando o Ministério Público entrou com a ação apontando falta de estrutura, física e de pessoas, da Unidade de Vigilância em Zoonoses e do Canil Municipal – localizados no mesmo terreno. O MP solicitou o aumento de profissionais e a readequação e execução do projeto para reforma e aumento do prédio do Centro de Zoonoses, além de outras medidas. A única negada pela Justiça foi o aumento do número de funcionários.

Os moradores de Alvorada confirmam que é difícil circular pelas ruas e não ver um cachorro andando pelas calçadas. Eles dizem, ainda, que a situação é antiga.

– Sempre foi assim. Um dos meus cachorros peguei na rua há pelo menos três anos. Há uma ruelinha na qual, às vezes, não conseguimos passar de tantos cães, precisamos pedir licença para eles – diz a técnica de enfermagem Patrícia Vercerdo, 34 anos, moradora do bairro Piratini.


Abandono que gera riscos

Os moradores relatam que há pessoas que se mudam e abandonam os animais ou largam filhotes na rua.

— Todos os cachorros que vivem no corredor para entrar na minha casa são de rua. Às vezes, chega a ter 30 cachorros em volta da casa — conta o reciclador Paulo Ricardo Nunes, 43 anos.

A dona de casa Liziane Rieira, 31 anos, colocou em frente à sua casa uma casinha para cuidar de um cão que estava sempre nas redondezas.

Camila Domingues / Agencia RBS
Cães chegam a provocar acidentes de trânsito

— Tentamos levar ele para dentro, mas, como era de rua, não se adaptou. Em frente à minha casa tem a casinha e damos comida e água todos os dias — conta Liziane.

Carla Souza e Roberto Castilhos, 32 e 35 anos, são proprietários de uma loja perto da Avenida Getúlio Vargas, no bairro Piratini, e contam que até acidentes já aconteceram local em função dos cães.

— Na semana passada, um cão estava cruzando e a moto pegou ele. O motociclista caiu e o animal se machucou. Chega a ser perigoso a quantidade de cachorros que têm por aqui — aponta o casal.

Prefeitura estuda ações

A prefeitura de Alvorada afirma que está estudando ações para amenizar o problema. Entre elas, um projeto que pretende orientar, divulgar e passar informações aos alunos das escolas da rede municipal sobre a necessidade do cuidado do bem estar do animal.

— Já trabalhamos com feira de adoção de animais, que é realizada anualmente. Há o recolhimento de animais bravios, mordedores, sempre que se faz necessário — informa a coordenadora do Centro de Vigilância em Saúde de Alvorada, Neusa Donato.

Segundo a prefeitura, atualmente, na Unidade de Vigilância em Zoonoses, há cerca de 50 cães.

— O município tomará as medidas cabíveis conforme a decisão judicial em prazo determinado. Há um projeto em andamento para a reforma da Unidade —  diz Neusa.

O que determinou a decisão judicial

/// Readequar e executar projeto de reforma e ampliação do prédio da Unidade de Vigilância em Zoonoses
/// Em 90 dias, implantar política de controle populacional de cães e gatos
/// Implantar serviço de identificação e registro de animais
/// Promover campanhas periódicas, informando a população a respeito posse responsável


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