Papo Reto
Manoel Soares fala do funk na Orla do Guaíba
Colunista pede maturidade, quem organizar o evento precisa se responsabilizar pela limpeza
Se você que está lendo gosta de funk, leia até o fim este texto. Se não gosta, por favor, entregue ele a uma pessoa que curte um batidão. Recentemente, um grupo de jovens de Viamão chamou um evento informal de Funk na Orla do Guaíba. Escrevi para Zero Hora essa semana dando aos preconceituosos um papo sobre o evento. Me xingaram um monte, mas nunca tive medo de críticas ou cara feia. Tenho amor e moral para dizer também para a favela o que eu acho sobre as mancadas que nossos irmãos estão dando.
Vamos lá, numa boa, largar sujeira no chão e desrespeitar pessoas é dar argumento para racista, se ficarmos dando esses moles seremos exilados em nossas quebradas sem poder viver o que a cidade tem de melhor. Óbvio que o motivo de tanta reclamação não é a música nem a sujeira, mas, na real, ter favelado e preto por perto gera desconforto. Só que, hoje, quem nos critica têm argumentos baseados em nossos vacilos.
Civilizados
Empurraram nossos pais e avós para o Porto Seco em um sambódromo deserto. A história se repete, por isso temos que ser malandros civilizados, limpos e educados. O medo deles é ver a patricinha fazendo quadradinho ao pôr do sol, mas isso é inevitável, elas gostam da levada de nossas quebradas e isso deve doer. Precisamos ter maturidade, quem chamar o evento tem que se responsabilizar pela limpeza. Não é pelo funk, mas pelo direito de existir ali como somos, direito que nos é negado constantemente.