Supermercado é facada no bolso. É martírio semanal. É o último lugar pra ir quando se está de barriga vazia. É onde a gente esbarra em conhecidos e espia o que tem no carrinho um do outro. E definitivamente é o paraíso pra encontrar novidades. Melhor mudar a rota e dar uma passadinha num súper diferente do usual. Achei maravilhas na última ida à praia. Acredita que inventaram lustra móveis em spray? Que ideia genial! Acabou aquela meleca nas mãos (no pano, no chão). Testei e aprovei. 

O pessoal já inventou até spray de azeite de oliva. Mas borrifar uma folha de alface não é tão legal quanto borrifar um tampo inteiro de mesa. A sobra de azeite nos dedos sempre dá pra lamber, o que não é recomendável com o lustra móveis. Por isso gostei tanto. Praticidade é como chama? Sem falar que madeira bem tratada é vida longa e economia. Cheguei na cidade grande e fui procurar o tal spray numa famosa rede daqui. N-A-D-A. Nem sinal da novidade.

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Comprador

Também procurei a farofa que descobrimos no litoral. N-A-D-A. E cadê as latinhas de vinho branco e rosé que experimentei na degustação? N-A-D-A. Nem vou citar o pimentão pela metade do preço. Nessas horas, fico pensando no comprador do supermercado. Aquele cidadão que decide o que nós, reles mortais, merecemos encontrar nas prateleiras. As marcas que ELE jura que vamos gostar. Os sabores de iogurte que ELE julga serem os mais gostosos pro nosso paladar (baniram o de uva!!).

Por que ELE não tem um pingo de paciência pra esperar que a gente prove coisas diferentes e crie novos hábitos de consumo? Eu queria conhecer o comprador do súper lá da praia. Taí um cara que gosta de inovar. E quando, na mesma rede de supermercados, o produto que queremos tem numa filial e não tem na outra? Essa outra é geralmente a que fica perto de casa. Se for uma tática pra nos forçar a ir em todas as filiais, errou. Acho que é pra nos jogar nos braços da concorrência, isso sim.