Coluna da Maga
Magali Moraes e um lugar excepcional pra pessoas idem
Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
"Por que tu não vai junto e escreve sobre isso?". Foi assim que o Lucas Pimenta, da Area 51, me convidou a sair da bolha. A caixa de doações estava no corredor há dias. Na parede, um cartaz listava as necessidades da Casa do Excepcional Santa Rita de Cássia, que acolhe quem tem deficiências múltiplas. É fácil achar a atitude legal e não se envolver. A gente quer doar, mas tem medo de se doar. Decidi ir junto fazer a entrega e ver uma realidade diferente. Voltamos emocionados e encantados com o profissionalismo.
Das 32 crianças, adolescentes e adultos que hoje moram lá, só 3 ou 4 recebem visitas regulares. Em compensação, ganham muita atenção dos funcionários. Coisa linda ver a Carminha da lavanderia, que trabalha na casa há 19 anos, cheirar a coberta recém tirada da lava-roupas pra conferir se estava cheirosa. Ana, a assistente social que nos recebeu, contou como é gratificante. "Só no olhar deles tu te apaixona".
Parcerias
Dona Irene, uma das fundadoras, é a mãezona de todos há 40 anos. A entidade sem fins lucrativos vive de doações e parcerias com empresas. O que precisam? Tudo. Roupa de cama, comida, fralda.
Cada item doado é registrado em nota. O que sobra, as instituições trocam entre si. O Terceiro Setor não bota nada fora, disse Ana. Cada fechamento de mês é uma vitória. Se o segundo andar estivesse ativo, seriam 60 acolhidos no total. Mas faltam recursos pra contratar mais profissionais especializados.
Tem os gritos de alegria. Os que chegam bebês e crescem lá. Os irmãos inseparáveis. A Infância Caroline, que foi pra emergência. O bebê. A Larissa, adotada por uma voluntária, que virou visita. A van doada que leva pra aula, atividades extras e até pra ver o mar. Tem grandes empresas parceiras saindo. Tem o armário de roupas organizadinho. Tem cuidado e capricho. E você, não tem algo pra doar? A Casa do Excepcional Santa Rita de Cássia precisa da gente pra fazer a diferença. Fone (51) 3387.6175.