Coluna da Maga
Magali Moraes e uma voltinha de bicicleta
Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Elas são vistas pra lá e pra cá nas ciclovias da cidade. Qualquer hora é hora de pedalar. De manhã cedo, a caminho do trabalho. No final do dia, pra mexer o corpo e aliviar a cabeça. Aliás, bicicletas são a salvação pra quem não gosta de academia. Se tiver sol, elas tiram a família do sofá. Presas nos bagageiros dos carros, giram suas rodas ao sabor do vento. Estacionadas nas estações de aluguel, esperam companhia pra ganhar a liberdade. Nos postos de gasolina, se enchem de ar e de disposição.
Cada um tem seu motivo pra andar de bike. Ordens médicas. Meio de transporte pra quem acha que já tem carro demais nas ruas. Competição. Ou só a vontade inconsciente de se sentir criança de novo. Adultos pedalando voltam no tempo e lembram dos joelhos ralados, tombos e tardes de férias com suas magrelas. Sentem o mesmo vento no rosto. E as coxas doendo bem mais do que nas lembranças do passado. Ah, também sujam as pernas com a graxa da correia.
Traseiro
Alguma criança reclama quando anda de bike? Que o banco tá duro e já nem sente o seu traseiro? Do banco alto? Do guidão baixo demais? Dos aros enferrujados? Do pneu que murchou? Elas apenas pedalam e se divertem. Miram nas poças d’água. Abrem caminho com a mão na buzina. Quem mal alcança os pedais se equilibra do jeito que dá. Tem band-aid em casa. Os que ainda usam as rodinhas sonham com o dia em que vão poder pegar a bike dos primos e irmãos mais velhos.
Cá estou eu, pensando na voltinha de bike que vou dar mais tarde. Assim que terminar de escrever a coluna. Estou na praia, curtindo dias de férias. Aqui tenho tempo e espaço. Ainda não levei minha bicicleta pra ver o mar, mas iremos qualquer hora dessas. Depois, tomaremos banho de mangueira pra tirar a areia e o sal. Posso te pedir uma coisa? Nesse fíndi, faz uma bike feliz. Leva pra dar um rolê no parque, ver o pôr do sol, tomar chimas na praça, onde quiser. Você vai se divertir mais que ela.