Lá em Casa
Cris Silva recorda o nascimento do filho Matheus
Colunista escreve sobre maternidade e família todas as sextas-feiras
Queridos leitores, peço a compreensão de vocês para que a coluna de hoje seja uma declaração de amor. Faz exatamente um ano que me tornei mãe e uma babona de marca maior. Então, hoje, quero me declarar para esse pedaço de gente que me transformou e vem me ensinando a cada dia o quanto é possível a transformação, o Matheus.
O momento de te conhecer
Era quinta-feira, 1º de fevereiro de 2018, e eu estava com 39 semanas de gestação. Cesárea marcada para as 20h e eu sentia uma mistura de ansiedade, nervosisimo, curiosidade e, claro, amor. Mas era de outro jeito, amar alguém que a gente ainda não conhece é diferente. Almocei e fiz o tal jejum que só ajudou a deixar a tarde mais longa.
Enfim, chegou o momento de colocar a mala no carro e ir para o encontro mais lindo: conhecer nosso filho. Eram 20h37min quando ouvi aquele choro forte, alto. Em seguida ele veio para os meus braços, onde me olhou e ficou quietinho.
Chorei bastante e não conseguia dizer uma palavra. Eu estava sentindo tantas coisas que embolou tudo e não saiu nada. Só com o passar das horas e dos dias eu fui colocando tudo pra fora, dizendo, abraçando e sentindo.
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Quem sou eu?
O começo não foi fácil. Estávamos nos descobrindo e lidando com os desafios. Meus hormônios caíram lá no pé e aquele sentimento de “tristeza do nada” me consumiu durante uma semana. Eu chorava e achava que não iria dar conta.
Meu marido foi fundamental para conseguir atravessar essa fase de melancolia que, de tão comum, tem até um nome: baby blues ou melancolia pós-parto.
Hoje eu consigo rir de mim mesma e das situações, mas, na época, não tinha a menor graça.
Superamos a tal tristeza e muitas outras coisas nos meses seguintes: cólicas, noites sem dormir, febre do primeiro dente, cansaço e até mudamos de casa para poder ficar mais tempo juntos. Tudo valeu a pena.
Como recompensa, me tornei outra pessoa. A guria virou mãe. Às vezes, me olho no espelho e falo baixinho: é tu mesmo? E escuto de volta: sim.
Muito a agradecer
É impossível ser a mesma pessoa depois que nasce um filho. No dia em que saímos do hospital, com um pedacinho de gente enrolado no cobertor, eu sabia que jamais seria a mesma.
Agradeço todos os dias por ele ter me escolhido como mãe. Agradeço todos os dias por ter um filho carinhoso e que tem um dos abraços mais acolhedores.
A essa hora estou de férias e na praia. Escolhi que o presente do Teteu seria conhecer o mar. Quero mostrar para ele e falar baixinho no ouvido: tá vendo tudo isso, filho? Meu amor por ti é bem maior.
Queridos, estarei de férias até 20 de fevereiro. Nos vemos na volta! Beijo grande!