Coluna da Maga
Magali Moraes e a casa cheia na praia
Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Os vendedores de colchão adoram. Sempre cabe mais uma cama improvisada na casa da praia. Qualquer cantinho no chão vira quarto. Qualquer quarto vira hotel. Que tragam seus travesseiros, pelo menos. A multiplicação de espaço acontece obrigatoriamente quando os hóspedes chegam. Haja pratos e talheres pra botar na mesa. O problema é quando a casa só tem um banheiro. Mas a gurizada tá acostumada a ficar horas na fila das baladas. Se organizar direitinho, todo mundo toma banho.
Se faltar sol, sobrarão toalhas espalhadas por cadeiras e janelas. Cordas vão ser transformadas em varais extras. Taí um ponto importante, o sol. Casa de praia lotada precisa de sol. Só assim o bando sai pra rua, vai pro mar ou pro centrinho. E os donos da casa, enfim, conseguem respirar. Meia horinha de paz, que seja. Até que vem a hora de alimentar o povo todo. Hóspedes costumam aumentar o apetite na casa dos outros. Partiu padaria. Cachorro quente, tá decidido! Hoje, amanhã e depois.
Convidados
Nesse final de semana, tem Planeta Atlântida. Ou seja, lotação máxima no litoral gaúcho. As casas vão ficar ainda mais cheias de convidados que se convidarão. Assim na cara dura. E no domingo, quando tudo acabar, todos estarão exaustos. Inclusive os donos das casas. O rock e o pop agradecem. Aliás, seria bem gentil agradecer a hospedagem com um presentinho fofo pra quem acolheu e abasteceu a geladeira. Os hóspedes vão embora. A conta (alta) da luz é a próxima que chega. Faz parte.
Casa de praia calminha também existe, viu? Onde dá pra ouvir o silêncio. E o sofá-cama recebe as almofadas de sempre. Tem gente que adora casa cheia o verão inteiro. Às vezes é o único momento do ano pra reunir a família espalhada. Por outro lado, tem os que preferem dias mais tranquilos. Tudo depende de disposição, lugar sobrando e - acima de tudo - boa educação. Agora tranquilo mesmo é passar o fíndi na cidade. Ou fugir pra bem longe da muvuca.