Coluna da Maga
Magali Moraes e a casquinha queimada do crepe
Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Crepe combina tanto com praia, né? O que mais chama a minha atenção é aquela casquinha que fica ao redor da parte recheada, o tostadinho extra da massa que sobrou na chapa. Se eu fosse comer um crepe agora mesmo, escolheria recheio doce. Romeu e Julieta. Ou alguma opção com muito chocolate. Quantos crepes são devorados num verão? Crianças vencem no cansaço e ganham crepe fora de hora, estragando almoço e jantar. Adultos se jogam nos crepes duplos e triplos.
Eu também poderia escrever sobre o açúcar que cobre o churros, outra delícia típica dos veraneios. Quer dizer, açúcar é pouco. Gourmetizaram o churros. Nos food trucks do litoral, ele vem ricamente enfeitado do lado de fora. Colocam M&Ms, raspas de chocolate, granulados coloridos e um festival de calorias. Fica bonito de ver, mas tira o destaque da melhor parte: o doce de leite escondido lá dentro. Um churros bem sequinho e basiquinho é de lamber os beiços. E cobrir as bochechas de açúcar.
Sorvete
Se eu fosse pesar essa coluna na balança, o ponteiro ia disparar. Já falei de crepe, de churros e acabei de lembrar do sorvete. Esse, sim, a cara do verão. Mas tem outra coisa que tá me satisfazendo: a cintura folgadinha da bermuda. Lembra da resolução que fiz na virada do ano? Completei os 31 dias de janeiro sem comer nenhum doce. E olha que teve uma torta que eu adoro no aniversário da mãe. Sigo comendo de tudo que é salgado. A diferença é que reduzi as porções.
Uma coisa leva a outra. Foi parar com os doces pra eu começar a me cuidar no geral. Sem maluquices, pensando a longo prazo. Descobri que já não me cai bem enfiar o pé na jaca. Tenho comido bastante fruta, que aprendi a saborear como se fosse ambrosia. A ansiedade não serve mais o meu prato. Que eu tenha força de vontade pra seguir priorizando a saúde. Fevereiro vai ser o teste pro restante do ano. Um dia de cada vez. Com um docinho de vez em quando, porque eu não sou de ferro.