Olho no Fisco
Imposto de Renda: a um mês do fim do prazo, saiba por que entregar logo a declaração
De acordo com a Receita Federal, 493.730 declarações foram entregues de um total estimado em 2,1 milhões no Rio Grande do Sul
Faltando um mês para o fim do prazo de envio da declaração de Imposto de Renda 2019 — termina às 23h59min de 30 de abril —, apenas 23,5% dos gaúchos prestaram contas ao Leão. Os dados da Receita Federal foram divulgados na manhã desta sexta-feira (29). Foram enviadas 493.730 declarações de um total estimado em 2,1 milhões de contribuintes no Rio Grande do Sul. Trata-se quase do mesmo percentual no Brasil (24%) — 7.361.409 milhões declarações de um total de 30,5 milhões.
Significa que a grande maioria de quem está obrigado a dar satisfação ao Fisco fez pouco caso da orientação de especialistas para não perder tempo e se antecipar. São contribuintes que podem ver o mês passar voando e se darem conta disso somente diante do computador faltando poucas horas para a Receita encerrar o processo.
Mas ainda há prazo de sobra para fazer a declaração com segurança e tranquilidade. E a recomendação é não desperdiçar essa chance. Segundo o diretor tributário da Confirp Consultoria Contábil, Richard Domingos, a dica é preparar a declaração agora.
— Os contribuintes confundem elaborar a declaração com a entrega do documento. É importante saber que se pode estar com o documento preparado e, mesmo assim, planejar a entrega. Isso dependerá da situação financeira do contribuinte, se vai ter restituição ou se terá de pagar impostos ao governo, entre outras questões — diz Domingos.
Considere o congestionamento no sistema
Em anos anteriores, contribuintes entregavam nos últimos dias para receber a restituição corrigida pela taxa básica de juros (Selic), que estava na casa dos dois dígitos. Hoje, já não é tão vantajoso, já que a taxa está estacionada em 6,5% ao ano. Ainda assim, está maior que o rendimento da poupança, de 4,55% ao ano — de acordo com as regras do sistema financeiro, quando a Selic cai abaixo de 8,5% ao ano, a poupança rende apenas 70% da taxa básica.
Mas mesmo para quem não tem pressa com a restituição ou estiver satisfeito com a correção pela Selic, o especialista reforça a necessidade da elaboração antecipada, com a identificação e separação dos documentos necessários. Caso contrário, o contribuinte poderá enfrentar dores de cabeça como falta de comprovantes de gastos.
Outro ponto que deve ser levado em consideração é a possibilidade de congestionamento no sistema nas últimas horas de entrega. Por mais que a Receita Federal tenha aperfeiçoado o sistema, é preciso manter a desconfiança. Os contribuintes podem até deixar o envio para os últimos dias, mas para as últimas horas, jamais.
Entregando antes ou depois a declaração
Vantagens de entregar antecipadamente:
- Contribuintes com imposto a restituir e precisam do dinheiro receberão logo nos primeiros lotes o valor.
- Pessoas com dificuldade de organização e agendamento de compromissos se livram logo do compromisso (quem é obrigado a declarar) e do risco de perder o prazo.
- Quem precisa reunir documentos que não tem em mãos tem tempo para buscar esses papéis perdidos ou extraviados. Boa opção para quem faz a declaração completa e precisa reunir várias comprovações de gastos.
- Contribuintes sem familiaridade com os programas da Receita reduzem a chance de omissões ou erros no preenchimento, já que conseguem revisar os dados com calma.
Possível vantagem de mais tarde (jamais nas últimas horas):
- Quem tem imposto a restituir e não precisa do dinheiro de imediato, porque vai receber o valor nos últimos lotes com correção monetária maior que a da poupança (taxa Selic de 6,5% ao ano). Não há incidência de imposto de renda sobre esse rendimento.
Fique atento aos erros a serem evitados
- Informar despesas médicas diferente dos recibos.
- Informar incorretamente os dados do informe de rendimento, principalmente valores e CNPJ.
- Deixar de informar rendimentos recebidos durante o ano (as vezes é comum esquecer de empresas onde houve a rescisão do contrato.
- Deixar de informar os rendimentos dos dependentes.
- Informar dependentes sem ter a relação (por exemplo, um filho que é dependente da mãe ser incluído também na declaração do pai).
- Deixar de informar os rendimentos de aluguel recebidos durante o ano.
- Informar os rendimentos diferentes dos declarados pelas imobiliárias.