Chora Cavaco
Renato Dornelles comenta os desfiles no Rio e em São Paulo
Para colunista, Mangueira e Vila Isabel são favoritas no Rio de Janeiro
Hoje é dia de apuração no Rio de Janeiro. Acredito que a escola campeã sairá entre as que desfilaram na segunda-feira. Mangueira e Vila Isabel, a meu ver, devem brigar pelo caneco, tal qual ocorreu há 31 anos, quando as duas abordaram temas afros, no ano do centenário da Abolição da Escravatura.
Neste ano, Mangueira e Vila Isabel tiveram em comum referências e homenagens à vereadora Marielle Franco, cujo assassinato vai completar um ano, sem que ninguém esteja preso.
Cabe destacar aqui também os desfiles realizados pela Unidos do Viradouro e pela Unidos da Tijuca, na primeira noite. Salgueiro mexeu com o público, mas pecou principalmente nas alegorias, além de não ter conseguido manter o nível da largada ao longo do desfile.
Em São Paulo, duas surpresas. A primeira foi o título da Mancha Verde que, até então, nunca havia ganho o Grupo Especial paulistano. A segunda, foi o também inédito rebaixamento da Vai-Vai, escola com o maior número de títulos.
Tanto a campeã quanto a rebaixada tiveram enredos políticos. A Mancha, com a princesa africana Aqualtune, avó de Zumbi dos Palmares, como tema, levou para o Anhembi uma discutiu sobre escravidão, direitos de negros e mulheres e intolerância religiosa. A Vai-Vai abordou a luta do negro na sociedade, incluindo uma homenagem à Marielle Franco.