Solidariedade
ONG Doutorzinhos busca voluntários para atuarem na Capital
A organização precisa de pessoas dispostas a atuar em hospitais da Capital levando carinho e atitudes positivas a pacientes internados
Às vezes, basta um sorriso, um bom dia, uma gentileza para tornar o dia de alguém mais feliz. E tem uma galera que é mestre nessa missão de distribuir alegria. Os voluntários da ONG Doutorzinhos, uma organização sem fins lucrativos, utilizam a figura do palhaço para distribuir boas energias a pacientes, acompanhantes e equipes de saúde há 13 anos pelos hospitais de Porto Alegre. À procura de novos voluntários, a ONG está com processo seletivo aberto.
As inscrições vão até a próxima quarta-feira, 24, às 15h. Para participar, basta ter 18 anos completos até o início do treinamento e preencher a ficha de inscrição disponível na fanpage da ONG no Facebook. Não é necessário ser da área da saúde, ter experiência ou ser formado em artes cênicas para fazer parte. Mas é preciso ter disponibilidade. Segundo os organizadores, o processo seletivo é um dos mais rigorosos do terceiro setor, pois exige responsabilidade.
— O trabalho no hospital precisa de muita sensibilidade, o voluntário tem que ter engajamento, estar disponível no mesmo dia e horário todas as semanas, pois os pacientes estarão aguardando a visita. Para nós o trabalho voluntário é como um trabalho formal, tem que ter compromisso — detalha o assessor de imprensa da ONG, Davi Valar, 36, também conhecido como Doutor Mikaiu.
As entrevistas acontecerão nos dias 25 de abril, das 9h às 12h e das 14h às 17h, e 30 de abril, das 18h30min às 21h30min. Os selecionados passam por um curso de formação de 72 horas durante todo o mês de maio, à noite, com aulas de desinibição, iniciação teatral e jogos de improviso. Após a formação, são direcionados para a atuação semanal em uma das instituições parceiras.
Empatia
Há três anos, Daiana Renck, 34, e Jéssica Martins, 26, visitam pacientes do Hospital Moinhos de Vento na figura das Doutoras Alfafa e Risólhos. A cada quarto visitado, a cada corredor cruzado, uma chance de minimizar a espera por mais um exame, um diagnóstico, uma medicação ou a tão esperada alta hospitalar. Ninguém passa despercebido pelos olhos atentos e carinhosos das doutorzinhas.
— A gente aprende a ter um olhar mais sensível, a ter empatia. E não apenas empatia com os pacientes, mas como todos a nossa volta — destaca a pesquisadora Daiana, que conheceu a ONG através das redes sociais.
"O dia mais feliz da minha vida"
Dupla de Daiana, Jéssica conta que precisou de persistência para ingressar na ONG. Fez a primeira seleção e não foi aprovada. No ano seguinte, tentou outra vez, e conseguiu.
— Eu queria muito participar e ia tentar quantas vezes fossem necessárias, mas acho que tudo tem seu momento certo. Quando saiu o resultado foi um dos dias mais felizes da minha vida, eu chorei muito — relembra a técnica em enfermagem.
Depois da conquista, Jéssica ainda influenciou a irmã Liliane Martins, 22, a entrar na ONG, a qual integra há um ano.
Jéssica e Daiana fazem tanto sucesso que conseguiram arrematar integrantes "informais" para equipe. O técnico em enfermagem Nelson Schneider, 56, há 30 anos trabalhando na instituição, se tornou um grande parceiro das palhacinhas. O Doutor Gru, nome que recebeu em homenagem ao personagem do desenho Meu Malvado Favorito, alçou a dupla a um trio muito querido pelos frequentadores do Hospital Moinhos.
Eu quero ser um doutorzinho
— O quê: Processo seletivo ONG Doutorzinhos
— Inscrições: Até 24 de abril
— Entrevistas: 25 de abril (9h às 12h ou das 14h às 17h) e 30 de abril (18h30min às 21h30min)
— Treinamento: 06 de maio a 11 de junho, de segunda a quinta, das 18h30min às 22h.
— Mais informações: site da ONG Doutorzinhos.
— A ONG Doutorzinhos: atua em 13 hospitais, particulares e públicos de Porto Alegre, e tem 72 voluntários ativos. Em 2018, realizou 1.275 visitas, beneficiando aproximadamente 138.292 pessoas.