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Obituário

Morre o comediante Jimmy Pipiolo

Chileno radicado em Porto Alegre participou de diversos filmes do músico Teixeirinha

05/05/2019 - 18h54min


GZH
Marcelo Oliveira / Agencia RBS
Chileno, artista deu início à carreira acompanhando o pai, que era músico, de quem herdou o apelido

Morreu no sábado, aos 79 anos, o comediante chileno Jimmy Pipiolo. Natural de Santiago, capital do Chile, o artista, radicado em Porto Alegre havia mais de 50 anos, estava na casa do filho, Sandro, na Zona Sul da Capital, e não resistiu a uma insuficiência respiratória. 

— Te diria que o homem que me tornei foi baseado no exemplo e na educação que tive: honestidade, persistência, coragem e amor ao próximo. Perdi meu exemplo de ser humano e meu grande amigo — lembra o filho.

Jimmy, que completaria oito décadas de vida no próximo mês de dezembro, ficou bastante conhecido pela parceria com o cantor, compositor e ator gaúcho Vítor Mateus Teixeira, o Teixeirinha (1927-1985). Entre as principais produções em que o humorista se destacou ao lado do músico, estão Tropeiro Velho (1979), Na Trilha da Justiça (1977), Carmem, a Cigana (1976) e A Quadrilha do Perna Dura (1976). Pipiolo também se notabilizou por suas dublagens cômicas – interpretava músicas conhecidas apenas mexendo os lábios, compondo personagens divertidos com figurinos e trejeitos. 

Nascido Juan Manuel Nuñez Vidal, o humorista deu início à carreira acompanhando o pai, que era músico, de quem herdou o apelido. Adolescente, lançou-se como cantor de boleros. 

— Mas eu era muito feio, fazia muitas caretas e todos riam quando eu interpretava Lucho Gatica — recordou em uma entrevista a Zero Hora, em 2002. 

Em shows, Pipiolo passou então a percorrer a América Latina. Na capital gaúcha, tornou-se atração da Churrascaria Boi na Brasa, onde imitava Teixeirinha em Coração de Luto. Agradou tanto ao astro do tradicionalismo que foi parar no cinema. Avesso ao humor pesado – "De pornografia, basta a minha cara" –, Jimmy usou a malícia no espetáculo que apresentou na casa noturna Gruta Azul, em Porto Alegre. 

À época da já mencionada conversa com o jornal, Pipiolo estava comemorando 45 anos de carreira e 40 desde sua mudança para a Capital. 

— Só quem me conhece hoje é cobrador — brincou na ocasião.

O artista se casou em 1971 com Arlete, falecida em 2010, com quem teve o filho Sandro Ricardo Medeiros Núñez. No dia da morte do pai, Sandro o homenageou em seu perfil no Facebook: "Hoje vai ter show de humor nas colônias do paraíso. Meu velho, meu ídolo, meu amigo, meu exemplo, meu pai resolveu ir reencontrar o amor da vida dele. A vida perdendo a graça. Não é fácil...".


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