Neste Dia das Mães, meu papo é para os pais que insistem em manter o coração fechado para sentimentos que são popularmente reconhecidos como femininos. Nos últimos 18 meses, temos aqui em casa tentado quebrar essa barreira entre pai e mãe. Não existe nada que seja função dela ou minha. Ambos decidimos que teríamos o mesmo peso na vida de nossos filhos. 

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No começo, achamos que iríamos confundir as crianças com isso, mas quem ficou confuso fui eu, eles levaram de boa. Quando me permiti fazer as mesmas coisas que as mães fazem em tempo integral, comecei a me comunicar com meu filho em outra frequência, entender olhares, suspiros e sorrisos. Vi que nós, pais, temos muito a aprender com as mães. Elas falam a língua do silêncio, e o mais bacana é que os filhos entendem esta língua. 

Agora, meu bebê mais novo está começando a falar as primeiras palavras, mas elas são irrelevantes, pois nesse exercício de paternidade completa que foi inspirado na maternidade, eu e ele dispensamos palavras. Quebrar o gelo do "machão" que mora em nós requer coragem e determinação. Ser homem e estar distante de tudo é um falso privilégio. 

Acreditamos que estamos livres de alguns incômodos que acabam nas costas das mães, mas, na verdade, renunciamos às experiências que nos fazem não somente pais melhores, mas pessoas melhores. Desejo que, neste domingo, os pais se permitam ser mais mães.

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