Já falei aqui sobre o textão na internet. Achei que era moda passageira, mas não. Sigo observando esse fenômeno da vida moderna. Chuta uma moita nas redes sociais e acha textão. Quem entra no Facebook só pra ler os comentários acaba sendo pego por um deles. Se hoje eu tivesse que escolher um assunto pro TCC, o temido Trabalho de Conclusão de Curso na faculdade, seria esse. O maior textão já escrito sobre textões, já pensou? E colocaria fotos lindas, escolhidas a dedo pra emocionar a banca.

Pior que eu adoro ler textão lacrimoso. Alguma coisa a gente sempre aprende nessa leitura. Um textão autêntico tem descoberta, experiência pessoal, mudança de comportamento, doses de sabedoria, doença que fortalece, amor verdadeiro, saudade pura. Tá, vou confessar. Me emociono com o textão dos outros. Se for de alguém próximo, mais ainda. Não são todos que estão dispostos a se expor pra inspirar alguém. E se não é fácil escrever mensagem no Whats, imagina um bom textão.

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Homenagem

O tipo mais comum de textão é o desabafo virtual. Às vezes a pessoa foi mal atendida numa loja e já manda ver um textão raivoso. Esses, eu passo. Meus preferidos são os textões de homenagem. Melhor espalhar boas energias, né? Mas tive que concordar com uma leitora. A Raquel me contou (faz um tempinho até) que pediram pra ela um textão de presente de aniversário. Encomenda de textão!! Que saia-justa, hein? Não se pede textão: se faz por merecer, se conquista.

E tem outra. Textão não sai com hora marcada. Ele se joga pra fora da gente. Textão não é redação do Enem, com assunto escolhido pelos outros. Textão não é redação de colégio, que vale nota. Que eu saiba, ainda não inventaram aplicativo de celular que faz textão. Tem que ter motivação pessoal. E verdade. Daí ele brota. Se o textão segue firme e forte é porque as pessoas seguem com necessidade de abrir o coração. Pra amigos, conhecidos, estranhos. Principalmente pra si mesmas.