Coluna da Maga
Renato Dornelles: "Boas notícias na segurança"
O jornalista Renato Dornelles está substituindo a colunista Magali Moraes
Para quem trabalha com notícia relacionadas com a segurança pública (e há muitos anos faço isso), é difícil deparar com pautas boas, positivas, favoráveis... Lidar com crimes, mortes, tragédias, tristezas acaba virando rotina. Não a ponto de nos transformar em pessoas frias e insensíveis. Bem ao contrário. O drama humano, ou seja, de nossos semelhantes, sempre nos tocou e isso nunca deixará de ocorrer.
São tantos fatos negativos que, quando surge um positivo, não há como deixar passar em branco. É preciso destacar não só por uma questão de justiça _ uma vez que, quando são negativos, noticiamos _, como também com o objetivo de motivar e incentivar aqueles que trabalham para isso, aqueles que dependem disso, e desestimular os que andam na contramão das boas notícias.
Nesse sentido, não há como me privar de aproveitar esse espaço, durante as merecidas férias de minha colega e amiga Magali Moraes, para saudar a brusca queda no número de homicídios em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Menos assassinatos significam menos vidas ceifadas pela violência, menos mães, esposas e filhos, principalmente, chorando, menos custos ao Estado, mais segurança para a sociedade como um todo.
Panela de pressão
A cada ano, são registrados no Brasil cerca de 60 mil homicídios. Muitas pessoas, equivocadamente, acham que não se importam e acham não são atingidas por esse fenômeno, uma vez que a maioria das mortes ocorre nas periferias e envolve jovens ligados ao tráfico de drogas. Grande engano. A violência nas cidades funciona como uma panela de pressão.
Nesses utensílios domésticos, quando a pressão atinge um determinado valor, a força aplicada pelo vapor eleva a válvula central de alívio, e o líquido interno começa escapar. Com a criminalidade ocorre o mesmo: quando a violência que atinge e oprime a ampla maioria honesta que habita as periferias cresce demais, tende a se expandir para outras regiões das cidades, tornando quase toda a população refém.
E foi isso que ocorreu principalmente em Porto Alegre. A Capital atingiu níveis absurdos de insegurança nos anos de 2016 e de 2017, com recordes de homicídios e latrocínios. Os órgãos de segurança reagiram, com ações preventivas ou repressivas, baseadas em estratégias e na inteligência. Os números ainda estão altos, mas de de longe podem ser comparados aos daquele biênio.