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Transporte público

Estudo encomendado pelo governo do RS indica baixa eficiência e alto custo do transporte metropolitano

Levantamento também aponta queda significativa no número de passageiros nos últimos 10 anos e reajustes de tarifa acima da inflação

01/07/2019 - 14h57min

Atualizada em: 26/09/2019 - 17h06min


Jéssica Britto
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Bibiana Dihl / Agência RBS
O plano é uma prerrogativa para colocar na rua uma nova licitação do transporte público metropolitano

A Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) apresentou na manhã desta segunda (1º) a órgãos reguladores, ao governador Eduardo Leite e prefeitos de 34 municípios o esboço do Plano de Gestão do Sistema Estadual de Transporte Coletivo Metropolitano de Passageiros. 

O plano é uma prerrogativa para colocar na rua uma nova licitação do transporte público metropolitano, visto que as concessões das empresas que operam na região estão vencidas desde 2010. 

A empresa paulista Logit foi contratada para elaborar esse novo plano. Os estudos iniciaram em julho de 2018 e devem ser concluídos em dezembro de 2019. 

Segundo o governador, a licitação não atende apenas a um critério de regularização, já que existem processos contra o Estado exigindo o certame, mas também de qualificação da prestação de serviços.

— Precisamos ofertar um serviço que se relacione com os outros modais disponíveis, que possibilite às pessoas um menor tempo de deslocamento e uma qualidade maior. Queremos um transporte mais racional, eficiente e que melhore a vida dos usuários — disse Leite.

A empresa responsável pelo estudo afirma que o atual sistema de transporte metropolitano é ineficiente, tem custo elevado e com sobreposição de linhas. Nos últimos 10 anos, houve uma queda de quase 40% na demanda de passageiros.

O argumento exposto na nova proposta é de que a nova licitação deve prever um sistema mais racional e um planejamento integrado da operação e sistema tarifário levando em conta o transporte metropolitano, Trensurb e sistemas municipais. A previsão é que isso ocorra apenas no primeiro semestre de 2020.


Principais conclusões do estudo

  • Dimensões do sistema: 900 linhas - mais de 2,5 mil serviços - com 9.240 partidas diárias
  • 56 linhas (6%) são responsáveis por 50% do quilometragem mensal e 40% da demanda
  • A rodagem média dos veículos é muito baixa (média de 2.184 km/mês), em sistemas equilibrados este valor é de 8 mil. 
  • No eixo sudeste é realizada mais de 40% da quilometragem mensal (277 das 900 linhas) e 46% da demanda (170 mil passageiros/dia)
  • Menos de 10% das linhas pesquisadas apresentaram lotação acima de 75%, metade das viagens com menos de 40%
  • Frequências: mais de 53% das linhas têm apenas uma partida por hora
  • A extensão média das linhas é de 28,8 km, mas existem linhas com 90 km (que sai do município de Rolante). 
  • De 2008 até 2012, os índices de reajuste, de certa forma, acompanharam a inflação, porém, a partir de 2016, os reajustes foram superiores à inflação
  • 86% dos passageiros utilizam o ônibus para se deslocar ao trabalho
  • 52% usam o vale transporte como meio de pagamento
  • As velocidades médias são adequadas nos eixos de acesso a Porto Alegre, porém registram quedas significativas quando se aproximam da área central
  • Grande parte das chegadas das linhas do sistema se concentra nas manhãs

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