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Coluna da Maga

Magali Moraes e as mulheres que nunca trocam de bolsa

Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

22/07/2019 - 07h00min


 

Fernando Gomes / Agencia RBS

Sim, nós existimos. E somos apegadas. A moda tenta nos  seduzir com modelos e cores diferentes, mas não é bem assim pra decidir trocar. Vamos pesar os prós, os contras e seguir com a velha bolsa de sempre. Nossa fiel companheira. Nossa alma gêmea. Até o dia em que, já agonizando, a coitada entregar os pontos. Muita  calma nessa hora! Só aceitaremos o fato quando um sapateiro de confiança der o veredito final: "não tem conserto." É o fim de uma relação. Pode chorar pela perda.

Não é fácil encontrar a bolsa perfeita. Não é uma questão  de dinheiro. O que uma mulher mais quer é utilidade (ok, beleza também). A bolsa tem que ser uma extensão do nosso braço. Parecer que já nasceu pendurada no ombro. Possuir os compartimentos certos. Combinar com qualquer tipo de roupa e humor. Nós trocamos  de emprego, endereço, marido. Trocar de bolsa é mais complicado. Ali dentro está a nossa vida. Sonho de consumo? Levar a bolsa do dia a dia pra festa com a gente.

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Zíper

Sabe quando bate o pavor em uma mulher que nunca troca  de bolsa? No momento em que o zíper emperra. Acontece inesperadamente, ninguém nos prepara pra isso. O zíper deveria abrir e se nega. Era pra estar fechado e abre no meio. Sai do trilho. Nossos olhos não acreditam. As mãos suam frio tentando encaixar o maldito  no lugar. O pensamento é um só: não quero trocar de bolsa!! E quando cai a lingueta do zíper? Como chamam de acessório algo tão fundamental na vida de uma mulher? 

Dá muito trabalho começar um relacionamento novo com  uma bolsa. No início é só tecido e alça. Depois vira uma segunda pele. Bolsa de mulher é cumplicidade. Leva um tempo pra gente se adaptar e encontrar o lugar certo das coisas. Achar de primeira a chave de casa. Ter certeza absoluta que naquele cantinho à esquerda  está o remédio pra dor de cabeça. Mulheres que nunca trocam de bolsa têm os seus motivos. Se você encontrar uma de nós, não julgue. E jamais diga "de novo essa bolsa?!".

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