Coluna da Maga
Magali Moraes e um pedido: só não vai escrever sobre isso
Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Ah, vou sim!! E é pra já. Tive que rir quando ouvi essa frase de um querido leitor (preservarei sua identidade secreta, mas entrego que ele tinha sotaque francês). Nesses quatro anos de DG, perdi a conta de quantas vezes me fizeram esse pedido. Claro que nunca obedeço. Que culpa eu tenho se o pessoal faz e fala coisas legais perto de mim? Tô sempre atrás de assunto. Tenha piedade! Vira e mexe, tô grudada no computador enrolando uma mecha de cabelo no dedo (meu truque pra pensar).
Se depender do dia a dia, tudo parece igual. A rotina se repete. Acorda, vai trabalhar, volta pra casa, dorme de novo. Os mesmos compromissos ao longo da semana. As mesmas comidas no almoço. O alarme do celular marcado nos horários de sempre. Daí chega a sexta-feira, o fíndi passa voando e começa tudo de novo. Isso, se a gente não estiver bem atento. Tem que treinar o olhar pra ver além. O inesperado acontece em fração de segundos. O imprevisível passa correndo na nossa frente.
Cenas fofas
Por mais comum que seja o dia, tem muito o que observar. Eu coleciono frases soltas que escuto por aí. Junto numa caixinha imaginária as cenas fofas que vejo na rua. Procuro até cansar momentos emocionantes nas esquinas (e como tem). É um eterno farejar bons assuntos pra coluna. Nós, seres humanos, somos bichos tão interessantes. Minha técnica é arregalar os olhos, abrir os ouvidos e deixar os sentidos em alerta pra captar tudo o que acontece ao redor.
Só não vou escrever sobre tristezas, malvadezas, injustiças e dores. Já tem o bastante. Vou seguir procurando sorrisos sinceros, pequenas gentilezas, amores, exemplos de empatia, janelas abertas onde dá pra ouvir alguém cantarolando e sentir o cheiro bom de feijão. Tá a fim de testar o seu lado colunista? Presta mais atenção no cotidiano e nas pessoas que convivem com você. Nem precisa escrever coluna. Quando a gente foca no momento presente, acha inspiração pra curtir mais a vida.