Na próxima segunda-feira, começa a ir ao ar no programa Encontro, na RBS TV, uma série que gravei sobre a batalha dos mais de 12 milhões de pessoas que estão desempregadas. Meus colegas me ligaram emocionados com o resultado do material gravado e com a forma como reagi às histórias e situações dos entrevistados. 

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Eu não sou um cara humilde. Quem me conhece sabe, sou simples. Se tiver que sentar com morador de rua e comer um xis com ele, farei sem frescura, mas isso não é humildade. Pelo contrário, nasci com uma arrogância natural em mim, tanto que acreditava, quando morava em um banheiro com minha mãe e irmãos, que meu lugar não era ali, mas na tela da televisão que sonhávamos em ter e não tínhamos — quem pensa assim não é necessariamente humilde. 

Porém, sou grato ao Rio Grande do Sul, em especial aos meus colegas da TVE-RS e da RBS TV, que me ensinaram a fazer da arrogância combustível para me catapultar da miséria. Com o tempo, entendi que tudo que passei na vida seria para me ensinar a falar a língua da dor e respeitar as pequenas conquistas. 

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Enquanto gravava a série, pensava nas famílias da Restinga, Cruzeiro, Rubem Berta e outras dezenas de quebradas que me ensinaram que mais importante que voar alto é saber o caminho do ninho. Minha arrogância, hoje, é domesticada pelos exemplos de luta que aprendi com as pessoas que brotam no chão batido deste Estado que tanto amo. Espero que gostem da série. E desde já, obrigado por me ensinarem a viver.