Seu Problema é Nosso
Corrente solidária se forma para a reconstrução da casa da família Moraes
Na madrugada de 6 de agosto, no bairro Agronomia, na Capital, a família teve a moradia completamente destruída pelo fogo
— Acabou tudo.
Essa foi a primeira coisa que veio à mente da atendente de farmácia Hosana Moraes, 30 anos, quando, na madrugada de 6 de agosto, viu a casa de sua família, na Rua Mario Tavares, bairro Agronomia, em Porto Alegre, ser completamente destruída por um incêndio. Ali, Hosana morava com o filho, Gusttavo Filip Moraes, quatro anos, a mãe, a dona de casa Angelita Moraes, 54 anos, e os irmãos, o operador de estacionamento Paulo Moraes, 25 anos, e a estudante Sara Moraes, 18 anos. Da residência, na maior parte, de madeira, restou só uma parede: a única de concreto.
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— Estava deitada, por volta das 5h, quando vi um clarão. Percebi que era fogo e já comecei a acordar meus familiares. Tentamos apagar as chamas com água, mas não conseguimos. Quando começaram a se alastrar, percebi que não dava mais para ficarmos ali. Saímos só com a roupa do corpo e tudo ficou em cinzas, perdemos tudo — relembra Hosana.
Mobilização
A partir do incêndio, uma corrente do bem começou a se formar entre a vizinhança para ajudar a família a recuperar as perdas. Comerciante do bairro, Silvana Madeira, 38 anos, foi uma das primeiras pessoas a se mobilizar. Em sua rede social, ela relatou o que havia ocorrido e pediu doações.
A postagem atingiu também o estudante de Jornalismo Luís Magnário, 31 anos, que administra uma página sobre o bairro e decidiu usar o meio de comunicação para divulgar a ação que se formava. A iniciativa deu certo, e a campanha, que começou de forma despretensiosa, já atingiu muitas pessoas.
— Foi tudo muito espontâneo, por vontade do pessoal de me ajudar. Uma vizinha cedeu um lugar para ficarmos até reconstruirmos nossa casa, e recebemos muitas doações de roupas e alimentos, também alguns móveis. Isso me reconfortou. É muito bom ver que ainda existem muitas pessoas boas – afirma.
Engajados
Hoje, Silvana cuida da logística para buscar doações de quem não pode levá-las até seu comércio, que já se tornou um ponto de referência no bairro para arrecadar os donativos. Enquanto isso, Luís segue movimentando a campanha nas redes sociais e percorrendo a comunidade para recrutar pessoas dispostas a contribuir. Agora, a família precisa de materiais de construção.
— Estamos engajados porque a Hosana é batalhadora, de muito bom coração, e uma mãe exemplar. Acredito que, de pouquinho em pouquinho, tijolo por tijolo, vamos conseguir (reconstruir a casa) – diz a amiga Silvana.
Com medo, filho pediu para “ir embora”
Depois do ocorrido, a vida de Hosana virou de cabeça para baixo. Além de perder a casa e todos os pertences da família, ela também está longe do único filho. Isso porque Gusttavo Filip, quatro anos, ficou assustado com a situação e pediu para passar um tempo longe dali.
— Ele ficou com muito medo do que aconteceu, de ver o fogo e, depois, nossa casinha toda destruída. Então, pediu para ir embora e, desde o incêndio, mora com o pai, na casa da avó — conta Hosana, afirmando que esta foi sua maior perda:
— Fico feliz pelo apoio que estamos tendo da comunidade, mas me sinto desestruturada por estar sem ele. De tudo o que aconteceu, isso é o que me deixa mais triste, de coração partido. Eu espero que consigamos reconstruir a nossa casa o quanto antes, para que meu filho queira voltar para cá.
Como ajudar
A família está em busca de doações de materiais de construção ou dinheiro:
/// Para doar materiais de construção, ligue para (51) 98439-2896, com Hosana ou Paulo.
/// Quantias em dinheiro podem ser depositadas em nome de Paulo Francisco Moraes Beck Junior, na conta 37802, dígito 1, agência 8875 do banco Itaú.
/// Também é possível contribuir pela vaquinha online.
Produção: Camila Bengo