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Coluna da Maga

Magali Moraes e a positividade tóxica, o novo mal

Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

19/08/2019 - 08h00min


Fernando Gomes / Agencia RBS

Esse é um termo novo, mas acho que você já viu acontecer. Até agora, ninguém tinha criado um nome pra isso. Como a positividade, que é algo tão legal, pode ser ruim? A ponto de se tornar tóxica e fazer mal à saúde? Peraí que explico. Ser positivo é necessário e bem-vindo. O problema é quando vira uma imposição. O pensar positivo transformado numa obrigação. É aquela autoajuda exagerada, que não permite demonstrar fraqueza. Botar na cabeça que a vida é cor-de-rosa e ponto final.

Desistir é para os fracos, dizem. Será mesmo? Na positividade tóxica, a ordem é varrer os sentimentos desconfortáveis pra baixo do tapete e se convencer de que tá tudo bem. É ter que ser confiante, forte e otimista o tempo inteiro. Sorria amarelo, mas sorria!! Sabe onde acontece direto a positividade tóxica? Nas redes sociais. Nas frases motivacionais do WhatsApp. Naquele amigo que não assume que ficou chateado. Como se ninguém pudesse confessar que acordou triste ou tá desmotivado. 

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Tirania

Ser feliz o tempo inteiro não é fácil, nem é real. Essa tirania da positividade nos faz acreditar que é melhor ignorar ansiedade, raiva e frustração do que aprender a lidar com elas. Sorte que inventaram um combo pra neutralizar o lado tóxico da positividade: validação e esperança. É trocar o conselho "Pare de ser tão negativo!!" por algo mais acolhedor tipo "É normal ter pensamentos negativos nessa situação, conta comigo". Empatia é pra usar, não pra guardar na gaveta.

Outra cilada é dizer "Você vai superar!!", sem se colocar no lugar do outro. Por que não reconhecer que às vezes é difícil mesmo, e todo mundo passa por fases complicadas? Pensando aqui com meus botões… se algum dia eu forcei a barra na positividade, me desculpa. Minha vida não é perfeitinha, a de ninguém é. Tenho os meus momentos pra baixo, mas amanhã é um novo dia. O jeito é não se cobrar tanto. Quando a gente olha pra si mesmo com mais carinho, já é meio caminho andado. 


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