Coluna da Maga
Magali Moraes e os 35 anos do dia que nevou em Porto Alegre
Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Essa pergunta é pra quem morava aqui na época: o que você estava fazendo na tarde de 24 de agosto de 1984? Tomara que a gente tenha a mesma lembrança desse momento: eu corri pra janela e vi neve!! Lembro porque foi algo inédito. Estava no consultório do oftalmologista, no centro da cidade. Aos 17 anos, uma das poucas certezas era que o meu grau de miopia tinha aumentado de novo. Fui comprar minhas lentes de contato. Mesmo assim, consegui enxergar a neve caindo lá fora. Sorte!
Com o frio que tem feito ultimamente, achei tudo a ver lembrar dessa neve histórica que fez aniversário sábado. Se pelo menos nevasse nesse inverno, a gente podia fazer boneco de neve, escrever o próprio nome no vidro de um carro, fazer selfie com os flocos branquinhos. Há 35 anos não dava. Ninguém andava sempre por aí com máquina fotográfica. Não tinha câmera no celular, muito menos celular. Ia postar onde, se também não havia internet, wi-fi e redes sociais?
Casacão
Tava escolhendo que assunto escrever hoje, e só me veio na cabeça (e nos pés gelados) um assunto: esse frio horrível. Ele não dá folga. O casacão nem para mais dentro do armário. Os cobertores e estufas nunca trabalharam tanto. Tenho tomado mais banhos de pelar porco do que a minha pele gostaria. Pra quem não lembra do banho de pelar porco, eu explico. É aquele com a água tão fumegante e escaldante que faz a gente sair cor-de-rosa do chuveiro. Melhor jeito de aquecer o corpo antes de dormir.
O pessoal da Serra já se acostumou com a possibilidade de neve, e isso faz lotar hotéis e restaurantes. O frio é bom pro turismo, com certeza. Menos pra saúde da gente. Aliás, é bom principalmente para as farmácias. Tenho perdido o gosto pelo inverno. Já curti bem mais. Dá pra dizer que ando com saudade do verão. Se tudo der certo, o interminável mês de agosto acaba mesmo essa semana. Vem logo, setembro! E traz o clima gostoso da primavera. Estamos cansados de passar frio.