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Coluna da Maga

Magali Moraes: se a vida tivesse VAR

Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

15/08/2019 - 10h57min

Atualizada em: 15/08/2019 - 16h56min


Fernando Gomes / Agencia RBS

Eu não acompanho nada de futebol, mas acho interessante o tão falado árbitro assistente de vídeo. Quando dá alguma polêmica com ele, eu me pergunto: como seria se tivesse VAR na nossa vida? Uma segunda chance de ver direitinho o que aconteceu e corrigir erros? Em campo, o jogo para e o juiz analisa o lance. Os imediatistas reclamam que demora. Os do contra nunca gostam mesmo. E sempre alguém não concorda com a interpretação. Na verdade, o estádio inteiro pode discordar.

Pra chamar o VAR no dia a dia, teríamos que ser filmados o tempo todo (como num eterno Big Brother). Mas já não acontece quase isso? Vizinhos sabem tudo. Nossa vida pessoal é aberta nas redes sociais. Nosso comportamento de consumo é rastreado na internet. Bancos, cartões de crédito e sites de compras vendem esses dados pra outras empresas nos infernizarem depois, tentando vender seus produtos. Estar nessa listinha maldita é receber mil telefonemas que testam a paciência.

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Onde o VAR seria útil? Na segurança, claro. Os policiais passariam 24 horas analisando as câmeras e mandando o camburão recolher os meliantes. O árbitro de vídeo daria o flagrante nas encoxadas dentro do ônibus. E pode passar em rede nacional de televisão os rostos dos espertinhos, pra ver se eles tomam vergonha na cara. Já o VAR familiar seria o fim das brigas entre irmãos. Nenhuma mãe precisaria mais perguntar quem começou. Chama o VAR e descobre o anjinho que aprontou.

Será que o VAR ajudaria a salvar relacionamentos? Podia funcionar como uma terapia relâmpago de casal. Sentar junto pra analisar o lance, sabe assim? "Mozão, olha ali que ridículo a tua ciumeira!" Mozão congelaria a cena até concluir que foi só neura. Finalmente o VAR iria comprovar quem ronca de noite. Bah, e se a nossa vida se tornar uma grande investigação? Qualquer espirro, alguém chama o VAR e começa a discussão. Cancela essa ideia! Desliga as câmeras! Que as decisões aconteçam ao natural.



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