Ou eu ando bem preguiçosa ou muito prática. Peguei a mania de tirar foto de tudo que preciso lembrar ou pesquisar mais tarde. Alguém aí tem no álbum do celular fotos de remédio e de produto de limpeza? A lista do supermercado eu ainda escrevo à mão, mas seguido faço uma foto dela pra me garantir. Esses dias, quase fotografei um post-it pra lembrar de comprar post-it. Vários deles seguem colados no teclado do computador e no painel do carro, mas a quantidade caiu sensivelmente. 

Eu era a rainha dos bilhetinhos, entende? Meu irmão costumava perguntar se eu não ia fazer o bilhete "Respirar" e colar na testa. Irmãos são tão engraçados! O fato é que encontrei esse jeito de me organizar. Não sei tirar foto em espelho de elevador, um vício nas redes sociais. Em compensação, faço cada foto de pasta de dentes que vou te contar. Quando não enxergo um preço de roupa, eu fotografo a etiqueta pra ampliar e ver direito (em vez de pegar os óculos dentro da bolsa). 

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Smartphones

Sou só eu a doida? Como chegamos a esse comportamento? Lá nos antigamentes, ninguém tirava tantas fotos como hoje em dia. Até porque custava caro comprar filme e mandar revelar. As câmeras dos smartphones surgiram nas nossas vidas e trouxeram a fartura fotográfica: a gente tira mil fotos (de graça) e escolhe uma ou duas. Pode apagar e recuperar, se mudar de ideia. A data da foto fica registrada. E quem perde com isso? A nossa memória, que não memoriza mais nada. 

Eu tiro foto de placa de esquina pra ter certeza que vou lembrar o nome da rua. Se estragou algo, tiro foto pra fazer orçamento. Se esqueci um documento em casa, peço pra me mandarem foto dele. Se vejo algo interessante pra ler depois, mais fotos. Se dizem "Maga, tomei um vinho que tu vai gostar", eu respondo "manda foto do rótulo". Não sei onde isso vai parar. Mas se alguém pegar o meu celular pra olhar as fotos, vai me achar a pessoa mais estranha do mundo. É bilhetinho, poxa!!