Papo Reto
Manoel Soares e a raiz das opiniões
Colunista escreve nas edições de final de semana do Diário Gaúcho
Às vezes, acreditamos que as decisões que tomamos foram tomadas somente a partir das nossas opiniões. Mas, na verdade, o que pensamos e sentimos é fruto de experiências que vivemos ou herdamos. Os medos, por exemplo, são formadores de opiniões potentes em nossa vida. A maneira como nos relacionamos com as pessoas está diretamente ligada ao que elas podem nos fazer de bem ou mal.
Muitas vezes, não é o que alguém em si nos fez, mas o que ela representa. Podemos comprovar isso ao olharmos quando um carro de polícia entra na quebrada. Muitas crianças ali nunca tiveram uma experiência ruim com a Brigada Militar, mas, de tanto ouvirem relatos de pessoas que tiveram algum tipo de experiência ruim, acabam assumindo esse preconceito.
Fé nas pessoas
A raiz dos nossos preconceitos está nessas experiências herdadas que moram em nosso imaginário. A homofobia, o racismo e o machismo são frutos de uma imaginação destrutiva que, ao ver uma pessoa com as características que nosso preconceito rotula, automaticamente imprimia uma opinião.
Outra parada importante que a vida está me ensinando é que ninguém é uma coisa só. O cara que atrás do volante é agressivo e desatento, com os filhos em casa tem atenção. Algumas moças são tímidas para falar, mas quando toca uma música, se soltam e seus corpos falam.
Sendo assim, não é porque tivemos uma experiência ruim com alguém que podemos achar que ela é assim ou assado. Temos que dar sempre o benefício da dúvida. As vezes ela se mostra um ser babaca mesmo, mas sempre é bom pensar que ela estava em um dia ruim. Isso economiza nosso estresse e alimenta nossa fé nas pessoas.