Já escrevi sobre esse assunto e faço questão de repetir. Saúde mental é coisa séria, e cada vez mais as pessoas andam perturbadas, confusas, ansiosas. Setembro amarelo é o mês da prevenção do suicídio. Mais do que iluminar com essa cor os prédios da cidade, a gente precisa falar, ouvir, se colocar no lugar do outro. Sabia que nove entre dez mortes por suicídio podem ser evitadas? Ninguém quer tirar a própria vida sem motivo. O sofrimento psíquico faz a pessoa não se reconhecer mais. 

Mas o olhar atento de quem está perto pode ajudar. Os sinais aparecem, os hábitos mudam. A tristeza chega de mala e cuia. O chão vira areia movediça. Não é que a pessoa não queira se ajudar, ela não consegue sozinha. Depressão é uma doença que deve ser tratada por profissionais. O tratamento é longo, talvez dure toda a vida. A medicação é necessária, assim como apoio emocional. O CVV, Centro de Valorização da Vida, atende grátis pelo telefone 188, e-mail e chat online 24 horas por dia.

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Monja Coen

Lembrei da história que ouvi semana passada da Monja Coen, líder budista brasileira, numa palestra pra comunicadores. Um homem que se achava muito importante foi contar seus problemas pra um monge. Enquanto ele falava, o monge olhava um inseto que batia insistentemente a cabeça no vidro. Uma fresta da janela estava aberta, e o bicho não via. Nisso, o homem ficou brabo. Disse que era tão ocupado e veio pedir orientação, mas o monge ficava apenas olhando o inseto. 

"Não é só do inseto que tenho pena", o sábio respondeu. A maioria de nós fica batendo a cabeça no vidro, e a janela está aberta. Não vemos essa abertura. Se ficarmos presos a ideias e conceitos, seguiremos batendo a cabeça no vidro. Mas se formos um pouco pro lado, teremos liberdade. O que são as minhas emoções? Como eu respondo ao mundo, em vez de ser uma pessoa que reage ao mundo? Eu escolho minhas respostas, desde que eu me conheça. "Permita se conhecer", disse a Monja Coen.