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Coluna da Maga

Magali Moraes: espaços sobrando, dinheiro faltando

Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

14/10/2019 - 10h00min


Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

É impressão minha ou a cidade está cada vez mais tomada de placas de Aluga e Vende? Nas fachadas dos prédios, nas janelas e sacadas, penduradas nos muros e portões, lá estão elas. São muitas na mesma quadra ou avenida. Conforme o tamanho do desespero, mais placas eles colocam. Tapam a vista do imóvel, vê se pode. Pode, sim, tem que vender rápido. Vender ou alugar, o que fechar primeiro. Quem deve estar lucrando com a crise são os fabricantes dessas placas. Bom pra eles!

Você que não mora em Porto Alegre está sentindo o mesmo na sua cidade? Já escrevi sobre isso tempos atrás. Mas parece que agora piorou. Mudar de casa ou apartamento faz parte, tomara que seja uma mudança pra melhor. O filho nasce, a família cresce, mais um quarto e um bom pátio fazem falta. Por outro lado, chega uma fase na vida em que os filhos saem do ninho e sobra espaço. Melhor mudar pra algo menor e mais fácil de habitar. Pode ser mudança de colégio e de bairro. Novos ares. 

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Esperança 

O que chama especialmente minha atenção são os espaços comerciais vazios. A carcaça abandonada de paredes e janelas. A porta fechada por onde entraram os poucos clientes. Negócios que abriram ontem e não emplacaram. A esperança foi embora, apesar de tantos planos. Expectativa não paga aluguel nem equipe. O nome sai da fachada, e fica só a marca triste do letreiro que mal chegou a comunicar. Eu sempre me pergunto o quanto aquelas pessoas tentaram. O quanto investiram. 

Às vezes deixam pra trás algum balcão que ninguém quis levar. Uma lixeira sozinha num canto, a coitada não teve culpa de nada. Estava ali o tempo todo pra receber os copinhos plásticos de cafezinho. Sendo útil e prestativa. As lâmpadas são outras que sobram. Os furos de quadros nas paredes. Será que vão tentar de novo? O sonho de empreender foi interrompido ou acabou pra sempre? Se sobrou o capacho de boas-vindas na entrada é bom sinal. Um dia a crise se vai e a prosperidade volta.



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