Coluna da Maga
Magali Moraes faz um alerta pra turminha 70 mais
Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Essa coluna foi escrita especialmente pra vocês, que já encheram (com muito orgulho) os pulmões e assopraram 70 velinhas no bolo de níver. De coração, quero fazer um pedido! Se cuidem muuuito pra não cair. Principalmente quem mora sozinho. Peço isso porque semana passada ganhei mais um susto no currículo de filha: a minha mãe caiu dentro de casa. E ficou no chão esperando ajuda, sem conseguir levantar. E viu uma poça de sangue surgir. E bravamente se arrastou no chão pra alcançar o celular.
Mas quem me ligou foi a vizinha de porta, que tem a chave da mãe e se atrapalhou pra abrir. Também pudera! Saber que do lado de dentro tem alguém precisando de ajuda faz a gente se atrapalhar. Eu mesma fui dirigindo até lá meio louca. Quando cheguei, mais vizinhos já tinham entrado e a ajudado a levantar. Até limparam a poça de sangue no chão pra eu não me assustar. E o moletom tingido de vermelho, imprestável? E os olhos arregalados dessa mãe maravilhosa me olhando?
Segurança
Meus velhinhos amados!! Abram espaço pra vocês circularem com segurança dentro de casa! Se livrem de tapetinhos, banquetinhas, mesinhas e outros perigos. Coloquem barras de ferro no box do banheiro. Deixem os telefones dos filhos sempre à mão. Deixem uma cópia da chave com vizinhos queridos. Observem se os sapatos de vocês estão trancando ou escorregando ou atrapalhando a vida. E, por favor, mantenham o celular sempre com vocês. A gente pode não chegar tão rápido assim.
Atenção, filhos e netos desses velhinhos amados que nem sempre se dão conta dos perigos dentro de casa. Então que sejam vocês a prestarem atenção nisso. Envelhecer é ser acolhido e protegido. Com respeito e amor. Depois de uma certa idade, precisa redobrar os cuidados. Porque o joelho trava, as pernas não respondem como antes, os braços não seguram mais. Bengalas a postos sempre! Minha mãe levou quatro pontos acima da boca e quase quebrou o nariz. Sorte enorme não ter sido pior.