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Coluna da Maga

Magali Moraes e um sonho: cochilar depois do almoço

Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

02/12/2019 - 10h00min


Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

Taí um plano para quando eu me aposentar. Falta muito pra chegar esse momento. Hoje em dia quem consegue parar de trabalhar por completo? Mesmo assim, faço questão de manter o meu sonho. Uma sonequinha reparadora na metade do dia! Sem pressa, sem horário fixo. Se o almoço atrasar, tudo bem, a soneca sai igual. Enquanto meu estômago estiver trabalhando na digestão, eu sonharei faceira. Até lá decido se vai ser uma soneca rápida ou um senhor cochilo de uma hora.

Impossível esquecer um chefe que já tive. Ele invariavelmente voltava do almoço lá pelas três da tarde, com a marca da colcha de chenile no rosto. Bem descansado. Às vezes, com os olhos semiabertos. Claro que ele sabia da marca na bochecha. Aquilo era ostentação: eu posso me dar ao luxo, vocês não. A mais pura verdade. Na Espanha, a siesta é uma tradição. Será que nas grandes cidades os espanhóis ainda conseguem esticar o esqueleto depois de almoçar? Tenho minhas dúvidas.

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Aulas

Esses dias encontrei uma notícia antiga que tem tudo a ver com o meu sonho. Era sobre uma academia no Reino Unido que inventou aulas experimentais de cochilo. Em vez de puxar ferro, o pessoal puxava uma coberta e dormia 45 minutos. Pesquisei e acho que não existe mais. Vai ver o mundo moderno (sempre apressado) matou essa ideia genial. Você pagaria pra garantir um soninho? Nem no fíndi eu consigo cochilar. Falta tempo e disciplina. Ou só coragem de chutar o balde e fechar a persiana.

Sabia que alguns aeroportos oferecem espaço pra fazer um cochilo? Chuveiro, toalha, travesseiro e cama: o combo perfeito do descanso. Tem que pagar, claro. Dependendo do estado do freguês, vale cada centavo. Só não pode roncar e atrapalhar os outros. Nem todo mundo concorda que cochilar depois do almoço faz bem pra saúde. Insensíveis! Invejosos! Pra quem tem insônia, pode complicar o sono da noite. Eu voto pelo direito de cochilar no sofá, no balanço do ônibus, no ombro de alguém, na santa paz. 



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