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Lá em Casa

Cris Silva e a cama compartilhada: certo ou errado?

Colunista escreve sobre maternidade e família todas as sextas-feiras

24/01/2020 - 08h00min


Cris Silva
Cris Silva
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Foto: Arte DG

Nesta semana, eu estava fazendo compras no supermercado, bem distraída, vendo qual fralda estava em promoção e, de repente, ouvi meu nome:

— Cris Silva?

— Oie, sim... sou eu!

— Ahh que legal, parabéns pela tua última coluna no DG, eu gostei tanto que mandei para a minha esposa. E é bem assim, a gente precisa respeitar o tempo deles.

Ganhei meu dia!

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O carinho que o Marcelo teve em me abordar e dar esse retorno não tem preço. E mais, como pai de quatro filhos, ele sabe muito bem que tudo tem seu tempo e que é preciso a gente – que é adulto – controlar isso.

Na conversa, eu antecipei pra ele o assunto de hoje: cama compartilhada. Tema bem polêmico. Eu já ouvi de tudo: pais que não permitem que os filhos durmam na mesma cama, pais que dormem há anos com os filhos e pais que cedem o seu lugar na cama para o filho dormir.

Motivos

O certo é que o “coleito” acontece por algum motivo. Pode ser apenas uma opção dos pais, uma dificuldade da criança (medo de dormir sozinha, dificuldade no sono) ou do casal, para evitar momentos de intimidade.

Bom, lá em casa o Teteu, meu filho de um ano e 11 meses, adormece na nossa cama e, depois, colocamos ele no berço. Mas confesso que, nos dias mais frios, a gente se gruda nele, que se aquece com o melhor calor que existe, de pai e mãe.

Eu não me sinto no direito de opinar sobre esse tema porque acho que depende muito da realidade de cada família, dos filhos e de como anda o relacionamento entre os pais. Maaaas, sendo bem sincera, acredito que, para o casal, pode não ser uma boa ideia fazer isso sempre.

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A longo prazo, prática não é benéfica

Para a psicóloga clínica Hericka Zogbi, dormir na mesma cama representa muito mais do que pensamos. Embora alguns (poucos) estudos científicos defendam o dormir junto, a maioria indica que essa prática apresenta mais malefícios do que benefícios, especialmente a médio e longo prazo. Algumas crianças maiores apresentaram problemas no comportamento do sono (tendências a acordar e levantar a noite e não ter um sono reparador) e nos aspectos psicológicos e comportamentais, como problemas nos processos de apego e separação.

A dica é: dormir junto em certas situações pode ser bom e até necessário. Mas dormir junto apenas pela comodidade por parte dos adultos não é indicado, já que pode implicar em alguns entraves futuros.

Adormecer na cama dos pais e depois ir para a sua pode contemplar a necessidade de proximidade dos pais e garantir a noção de espaços: cada um tem o seu, adultos e crianças não ocupam os mesmos lugares.

Pérola

“Meu namorado e eu saímos para tomar sorvete com a  minha sobrinha. Ela escolheu o sabor chiclete e, quando foi tomar, perguntou:
– Pode engolir?”



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