Eu Sou do Samba
Escola fundada em 2019 vai estrear na Avenida em 2020
Filhos de Maria, que tem sede na Lomba do Pinheiro, prioriza o trabalho social com a comunidade
A coluna de hoje tem que começar com um texto de feliz Ano-Novo! E para entrar no clima da estreia de 2020, vou falar sobre uma escola que vai desfilar pela primeira vez no Carnaval de Porto Alegre. É a Filhos de Maria, que foi fundada em 2019. Conforme a diretoria, a agremiação surgiu com a proposta de priorizar o trabalho social com a comunidade.
– Acreditamos que, se investirmos no social, em dois ou três anos nos tornaremos autossustentáveis, pois, por esse caminho, conseguiremos parcerias para investir em oficinas, projetos pra crianças, jovens e adolescentes. E como resultado disso, conseguiremos realizar nosso Carnaval sem depender de aportes financeiros públicos – diz o presidente da escola, Maurício Molina Leites.
No momento, os preparativos para o desfile e as roupas de show são divididos entre membros da diretoria, fundadores, componentes e parceiros que ajudam voluntariamente.
Segundo Maurício, todos os integrantes da escola são colaboradores. Juntos, eles colocam em prática diversas ações com crianças da comunidade da Lomba do Pinheiro, onde a escola tem sede, e do Partenon, bairro onde diversos participantes da agremiação moram. Além das ações realizadas – festa junina com presentes para a gurizada, festa de Dia das Crianças e distribuição de presentes de Natal –, e do time de futebol infantil que leva o mesmo nome, para 2020, os planos são de dar início ao projeto de oferecer aulas de capoeira, música e percussão.
Em família
Além das questões sociais, o presidente da escola ressalta que a criação da Filhos de Maria permitiu que pessoas consideradas anônimas no Carnaval pudessem realizar o sonho de desempenhar funções. Outra característica da escola é contar com a participação de diversos núcleos familiares. Na bateria, por exemplo, o mestre James é sobrinho do presidente Maurício, e, com ele, também participam a esposa, os irmãos e os primos.
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Outro caso é o de Elisandra Trindade, 35 anos, e Bruna Trindade, 14 anos. Mãe e filha saem como porta-estandarte e rainha mirim, respectivamente. Elisandra conta que o Carnaval uniu mãe e filha ainda mais.
– Estamos fazendo juntas uma coisa que gostamos, que nos une. E essa atividade também influencia na relação que temos com outras pessoas.
O fato de outros integrantes da escola morarem por perto fortalece a nossa comunidade, a nossa gente. São pessoas que se respeitam e se ajudam. Que se veem sempre, não só nos ensaios. Estamos ali por gostar da escola e das pessoas. São várias famílias que formam uma só. Todos nós trabalhamos em prol da comunidade e dos projetos sociais. Cada um contribui um pouco e tudo acontece com muito amor – conta Elisandra.
Bruna engrossa o coro:
– A gente divide as maquiagens, os brincos (risos). Uma ajuda a outra a se maquiar, a se vestir. Se nós não saíssemos juntas no Carnaval e na mesma escola, nos finais de semana, ficaríamos separadas, cada uma com suas atividades. Então, o fato de estarmos aqui nos torna ainda mais unidas e nos proporciona que estejamos próximas.