Coluna da Maga
Magali Moraes: o diário da quarentena
Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Amigos, desculpem a repetição de assunto. Mas alguém consegue pensar em outra coisa no momento? Eu não. Que sufoco! Tenho visto muitos relatos de pessoas preocupadas com seus pais, avós e familiares idosos que insistem em circular por aí. Bora trancar a porta da rua e esconder a chave? Tô brincando, gente! Ou não. Meus velhinhos amados: fiquem protegidos em casa. Por favor! Eu peço do fundo do coração. E peçam ajuda! Vizinhos, se ofereçam pra ir na farmácia e fazer as compras.
Chegamos na fase do contágio comunitário, ou seja, ninguém mais sabe quem transmite pra quem. Pessoas sem sintomas podem estar com o coronavírus e passar adiante. Entendeu o drama? Ficar em casa agora é fundamental. Outro drama é a convivência familiar no confinamento. Melhor criar uma nova rotina pra aguentar tranquilo o período de quarentena. Vamos ocupar a cabeça! E dá pra se sentir menos sozinho usando o WhatsApp pra fazer ligações de vídeo, mandar fotos e áudios cheios de carinho.
Chato
Quando você achar que tá muito chato ficar em casa, se coloque no lugar de quem segue trabalhando em serviços que não podem parar. Valorize os médicos e profissionais de saúde que também gostariam de estar protegidos no lar, doce lar. Pense em quem não tem permissão pra trabalhar à distância, e nos autônomos que estão sem fonte de renda. Lembre das pessoas em grupos de risco. Se essa quarentena (exagerada pra muitos) virar o jogo, o Brasil vai ser o exemplo pro resto do mundo.
Aqui em casa, estamos nos adaptando e tentando não torcer o pescoço um do outro. No último sábado, rolou até faxinão em equipe. A gente tá cozinhando junto, conversando mais e enfrentando essa situação tensa. Somos três trabalhando remotamente. Não em condições ideais, mas fazendo o nosso melhor. Os dias da semana se confundem, os espaços se misturam, a vontade de sair pra rua é enorme, a ansiedade bate forte. Enquanto tudo não volta ao normal, vamos reaprendendo a viver.