Se eu não tivesse nada pra fazer e fosse escrever um manual sobre a poeira, daqueles bem completos e com fotos ilustrativas, lá no final a conclusão seria essa: quanto mais a gente limpa, mais pó acumula. Então é melhor nem escrever e usar esse tempo pra dar outra limpada geral. Hoje completo 38 dias de quarentena, saindo só pra abastecer a geladeira. Se vão encontrar a cura do coronavírus, eu não sei. Mas posso afirmar que ainda não descobriram um jeito pra acabar com o pó.

Pano seco ou úmido nos móveis? Vale o eletrostático? Nos tapetes, funciona mais feiticeira ou aspirador de pó? No chão é vassoura no seco ou Mop? Aliás, esse é meu brinquedo preferido ultimamente. A vassoura giratória que vem com balde centrifugador. Pode tentar, pode variar. Nada adianta, gente. Na manhã seguinte, o pó estará lá de novo, na maior cara de pau, esperando pra nos dar bom dia. Especialmente em mesa com tampo de vidro, ele se multiplica. E eu escrevo numa delas.

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Janelas

Livros, que eu adoro, também são grandes acumuladores de pó. Adivinha o que acontece? Em vez de ler no tempo livre, sempre acho uma capa de livro pra limpar. Vale fechar todas as janelas e impedir que entre poeira da rua? Mas estamos enfiados em casa. Precisamos respirar ar fresco, nem que seja pra ventilar as ideias. Sabe o que eu queria? Um daqueles rolinhos que grudam na roupa e tiram os pelos de casaco preto, só que em tamanho gigante pra grudar na casa toda. O fim da rinite!

Lembrei da expressão “quando baixar a poeira”. Fomos enganados. Ela nunca baixa, só aumenta. Será que antes não juntava tanto pó? Juntava, sim. É que estamos mais em casa. E a poeira é muito exibida, ela faz questão de se mostrar pra nós. No meu pequeno guia, eu colocaria apenas duas dicas: 1) Tire os óculos pra perto, esse é o único jeito de não ver o pó acumulado. 2) Se deitar no chão pra fazer abdominais, feche os olhos. Senão vai enxergar o que é pior que poeira: fios de cabelo.