Bem que a Marina e a Márcia me disseram: "Tá todo mundo fazendo pão na quarentena!". Eu já tinha reparado as fotos de amigos exibindo seus dotes de padeiro nas redes sociais. Também chamou minha atenção a muvuca no setor de farinhas e fermentos no súper. Eu precisava fazer uma coluna sobre os fazedores de pão. Mas como entender essa motivação? Estar confinado em casa não significa que sobre tempo. Entre uma faxina e dar banho de álcool nas compras, ainda sovar pão?

Sábado passado, decidi botar a mão na massa. O que eu não faço por vocês, leitores? Queria falar do assunto com conhecimento de causa. Farinha multigrãos, água, fermento… fácil! Primeira constatação: aquele meio litro de água parecia não dar conta de molhar um deserto de farinha. Óbvio que o nariz começou a coçar assim que as mãos grudaram de massa. Sovar pão é terapia pra cabeça e academia pros dedos. A genética me presenteou com artrose. Achei que não conseguiria escrever depois.

Leia mais colunas da Maga 

Sorte

Segui a receita da embalagem, e o pão ficou delicioso. Sorte de principiante? Veremos no próximo! Agora entendi o pessoal. Se dá errado, a gente quer tentar de novo. Se dá certo, quer experimentar outras receitas. Tem a escolha do fermento, a expectativa de ver a massa crescer, o medo de queimar embaixo. Ao cortar, há o risco de estar cru. E se o pão ficar branquelo por fora? Nada que uma pincelada de gema de ovo antes não resolva. Deixei a massa descansar bastante, ninguém ia sair mesmo.

Minha mãe já arrasa no pão. Olha a coincidência! Minha prima e eu fizemos os nossos ao mesmo tempo (sem combinar). E mais a Flavia e a Julia. Trocamos fotos, orgulhosas. Será sábado o dia oficial dos fazedores de pão, pizzas e bolos? Segundo a Márcia, o próximo passo da quarentena é fazer costelão 12 horas. Tenho me superado, apesar de andar cansada. Sovar pão ajuda a aliviar o estresse. Pense em quem te tira do sério e soque com força a massa. É o novo saco de boxe pra mim.