Capital
Com movimento ainda tímido e medidas de prevenção, Pop Center reabre após dois meses
Local deixou de funcionar em 17 de março, para evitar a propagação do coronavírus
O Centro Popular de Compras (Pop Center), o tradicional camelódromo do centro de Porto Alegre, reabriu na manhã desta quinta-feira (21), depois de mais de dois meses fechado. O local, que reúne 740 lojistas, deixou de atender clientes no dia 17 de março, em função da pandemia de coronavírus. Na noite de terça-feira, porém, um decreto municipal permitiu a reabertura, desde que seguindo uma série de recomendações.
A retomada foi com limitação de público – a administração passou a permitir 1,6 mil pessoas de cada vez no prédio, menos do que os 50% da capacidade determinados pelo decreto – e cuidados com a saúde. Além do uso obrigatório de máscaras, previsto em um decreto estadual, as entradas foram limitadas, para controlar o fluxo de pessoas. O acesso é permitido apenas pela Avenida Voluntários da Pátria, onde uma área serve para entrada e outra para saída, e por elevador no estacionamento – esta opção para cadeirantes. Todos que chegam têm a temperatura corporal medida por seguranças.
– Nestes dois meses que ficamos fechados, trabalhamos para este momento da reabertura. Treinamos a equipe sobre quais práticas devem ser adotadas para evitar o contágio, compramos equipamentos, álcool gel. Com a orientação de uma médica, fizemos um plano de desinfecção e higiene de todos os espaços comuns. Então, quando o decreto saiu, estávamos prontos – explica Elaine Deboni, diretora institucional do Pop Center.
Saúde de todos
Segundo Elaine, todos os lojistas receberam orientações para limitarem o número de clientes de cada vez nos locais e redobrarem cuidados com higiene:
– A prioridade é a saúde de todos, para podermos manter o Pop Center aberto daqui pra frente.
Na quarta-feira, o local abriu apenas para os lojistas, que foram orientados a limpar seus estabelecimentos e fazer as adequações necessárias para receber o público. A temperatura corporal de proprietários e funcionários também é medida na entrada.
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Logo após a abertura, ontem, pequenas filas chegaram a se formar do lado de fora, mas nos corredores do camelódromo o movimento ainda era pequeno. Alguns lojistas estavam preparando suas lojas e clientes pesquisavam preços.
Correndo atrás do prejuízo
Gilberto de Araújo, 50 anos, morador do bairro Igara, em Canoas, é proprietário da loja Natural Sul do Brasil, focada em moda feminina. Foi com alívio que ele voltou a receber os clientes no estabelecimento, nesta quinta-feira (21).
– Pela manhã já teve movimento. À tarde, com a chuva, diminuiu um pouco, mas estamos cheios de expectativa pelas vendas – diz ele.
Segundo o comerciante, o dia foi de muita troca com os clientes:
– Tentamos explicar tudo para eles, por que estamos tomando essas medidas, por que é importante manter o distanciamento dentro da loja. Se não respeitarmos, pode fechar de novo. Nosso trabalho fica prejudicado e o cliente também fica sem o comércio. Até agora, todos entenderam e concordaram.
Apesar de ter aderido às vendas pelas redes sociais nos dois últimos meses, Gilberto relata que teve dificuldade para equilibrar as contas, mesmo com o aluguel do espaço suspenso no período.
– Achava que ia poder abrir antes do Dia das Mães, o que também não aconteceu. Agora, vou tentar recuperar um pouco essas vendas. Para este ano, se conseguir manter minha loja aberta, pagando meus fornecedores normalmente e manter minha família, já estou satisfeito – finaliza.