Lá em Casa
Cris Silva: "Feliz dia, mães!"
Colunista escreve sobre maternidade e família todas as sextas-feiras
A coluna de hoje é feita por mulheres que, assim como eu, experimentaram uma das coisas mais incríveis do mundo: gerar uma vida. Convidei cinco mães para um depoimento sobre como se sentem e como a maternidade causou mudanças. Um abraço fraterno a todas as mamães, e que tenhamos sempre muita habilidade para lidar com nossos tesouros. Lembrando que eles serão o resultado das nossas escolhas e atitudes. Sejamos firmes e cheias de amor!
“Falar duas palavras pode ser a maior conquista do mundo”
ISABEL FERRARI
Mãe do João Pedro Ferrari Santos, nove anos, jornalista da RBS TV e uma lutadora de todas as causas de inclusão
“A maternidade é transformadora para qualquer pessoa, não tem quem passe pela maternidade sem mudar totalmente. Se eu pudesse falar sobre ser mãe do Pedro, que é uma criança autista, eu diria que exige um pouco mais de atenção e um pouco mais de desafios. Ser mãe do Pedro é saber o poder das coisas simples da vida... Porque, quando uma criança que não fala aos nove anos de idade diz ‘mãe’, é uma grande alegria. Então, ser mãe do Pedro é descobrir que falar duas palavras pode ser a maior conquista do mundo.”
“Ser avó é ser mãe pela segunda vez”
ELIANA MAURA
Aposentada, mãe da Josiane e do Fabio Almendros e avó do Lorenzo, sete anos, e do Renato (na barriga da mãe)
“Ser mãe é mudar a vida, é dar todo amor para os filhos e ensiná-los a viver. É ter uma razão de ser para sempre. É ter sentimentos contraditórios, sempre pensar por todos, é amar muito e não importa se é um filho biológico ou de coração. Ser mãe é me ver em meus netos e saber que esse amor continua grandiosamente."
“Um lar feminino e feminista”
JOANA BENDJOUYA
Jornalista, 36 anos, mãe da Nina, 10 anos, da Liz, oito anos, e da Bia, quatro anos
“Desde a chegada da Nina, não sou a mesma pessoa, não tenho a mesma visão de mundo. Acredito que a gente aprende muito mais com elas do que ensina, pois, a cada questionamento, a cada fase, vai descobrindo isso. A cada nascimento, nascia uma nova mãe, uma nova organização familiar. Eu e o pai das gurias, o Vinícius, gostamos muito de viajar e queremos seguir viajando com as meninas. A gente acha que é muito importante quando nós, os cinco, saímos de férias, porque nossa relação se fortalece. A gente acredita que a educação tem que ser vivida, vivendo e respeitando a natureza. Só assim, a gente vai conseguir fortalecê-las para esse mundo cruel, muito mais para as meninas. Me encho de orgulho de ter três filhas, um lar tão feminino e feminista, com um pai super presente, que está sempre do nosso lado e ao lado de nossas causas.”
“É um momento mágico”
LETÍCIA PEREIRA MESQUITA
Consultora comercial, mãe da Sofia, 34 semanas de gestação
“Esse Dia das Mães vai ser um momento muito especial para mim, porque eu sempre tive o sonho de ser mãe. Já tinha me casado uma vez, mas nunca me senti firme para ter um filho com alguém. Queria muito a chegada desse momento. Casei com o Bruno há um ano e meio, e em seguida, recebemos a notícia de que eu estava grávida. Esse momento de pandemia fez com que a gente se concentrasse mais na gestação. Ela já faz parte das nossas vidas, ela já se mexe, soluça, chuta, mostrando que está viva e, em breve, vai chegar. É um momento muito especial e de muita ansiedade, também, mas estamos muito felizes e otimistas com a vinda dela. O nome, eu escolhi porque acredito muito na sabedoria da mulher. E Sofia significa sabedoria. Quero que minha filha seja uma mulher sábia. Enfim, não é apenas uma gravidez, é um momento mágico.”
“Minha Helena está em algum lugar no céu, nos observando”
TATIANA OLIVEIRA MAFFINI
Fundadora da ong Amada Helena (focada na humanização da luta parental no país e no apoio a pais enlutados), mãe da Helena, que teria oito anos, do Helano, seis anos, e do Héctor, dois meses
“Dia das Mães é como a própria maternidade após a perda de um filho: dor, mas também muito amor. É nesse dia que lembramos de um jeito intenso o nosso vínculo mais forte com um ser. Acredito que nenhuma mulher abriria mão de seu filho, independentemente de onde ele esteja. No meu caso, creio que minha Helena está em algum lugar no céu, nos observando. Mesmo com a dor, jamais abriria mão de ser mãe dela. Hoje, olhando para seus dois irmãos, o que sinto é gratidão por ter gerado cada um, com seu jeitinho, e esperança de que sempre existirão dias de alegria, mesmo que coexistindo com a dor. É preciso que a gente saiba ressignificar as situações. Minha mãe perdeu minha irmã mais velha em um acidente de carro no Carnaval de 1990, em 25 de fevereiro. E nós perdemos a Helena no Carnaval de 2012, dia 17 de fevereiro. Agora, o Héctor veio em 25 de fevereiro, neste Carnaval. Fevereiro era um mês de tristeza. O dia 25 não é mais somente um dia triste para minha mãe, mas também o dia do nascimento de um netinho tão amado.”
Peróla
– Titia, vai ter apresentação para as mães na minha escola. Mas é surpresa.
– Mesmo? Então, você não pode contar pra mamãe.
– Eu já contei. Mas ela prometeu não contar pra ninguém.
Elisa, cinco anos
Pé na estrada