Combate à covid-19
Hospital de campanha com 63 leitos funciona em ginásio de Cachoeirinha
São 40 leitos de enfermaria, 15 de isolamento e oito unidades de terapia intensiva (UTI)
Para lidar com uma possível sobrecarga do seu sistema de saúde, o município de Cachoeirinha, na Região Metropolitana, criou um hospital de campanha focado no tratamento de pacientes com suspeita ou confirmação de coronavírus. A estrutura foi montada no ginásio municipal, no bairro Vila Anair.
Conforme o secretário municipal de Saúde, Dyego Matielo, são 63 leitos disponíveis desde a semana passada. Os espaços estão divididos entre 40 leitos de enfermaria, 15 de isolamento e oito unidades de terapia intensiva (UTI). No total, foram investidos cerca de R$ 2 milhões no local – a maior parte do custo está nas UTIs, que custaram cerca de R$ 1,1 milhão.
Mas porque o município resolveu montar o espaço? Em Cachoeirinha, além do Hospital Padre Jeremias, que é estadual, atendimentos de urgência e emergência são feitos apenas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Francisco de Medeiros, no bairro Jardim do Bosque. Por isso, a prefeitura resolveu investir no hospital de campanha, criando uma retaguarda hospitalar para o possível avanço do coronavírus em Cachoeirinha. Só ontem, a cidade confirmou três novos casos de covid-19. Com isso, a cidade soma 20 casos, sendo que 13 pacientes já estão recuperados.
Estado
No hospital de campanha, atualmente, não há pacientes. A prefeitura não confirmou quantas internações ocorreram desde a abertura, mas garantiu que o local já está em uso. E, conforme destaca o secretário Dyego, os 63 leitos beneficiam não só a cidade, mas o Rio Grande do Sul todo:
– O Estado também gerencia estes leitos. Então, se algum paciente não conseguir vaga em sua cidade ou outros locais de referência, pode ser encaminhado para cá.
Além dos leitos completos, a estrutura ainda conta com vestiários, banheiros, geradores, exaustores, climatizadores e salas administrativas, de medicação e expedição. Estas unidades são separadas e, no total, cerca de 80 profissionais da saúde atuam no espaço. A prefeitura contratou uma empresa terceirizada para administrar a instituição provisória.
Local atende somente pacientes encaminhados
Caso um morador de Cachoeirinha sinta os sintomas do covid-19, não deve ir até o hospital de campanha. O local não tem atendimento de emergência, recebe apenas pacientes encaminhados de outros locais. Por isso, o primeiro passo para quem vive na cidade, é baixar um aplicativo de celular _ Cachoeirinha Contra o Coronavírus _ onde é possível ser atendido remotamente por um médico. Se os sintomas foram mais severos, o paciente será orientado a procurar a UPA, onde pode ser examinado, medicado e liberado, seja após descarte da suspeita ou para que faça isolamento em casa. Nas situações em que a internação é necessária, aí sim será feito o encaminhamento para o hospital de campanha.
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— Montamos uma estrutura do lado de fora da UPA. Lá, são atendidos os pacientes com sintomas de coronavírus e é onde os profissionais de saúde definem os próximos passos — pontua Dyego.
Conforme a prefeitura de Cachoeirinha, não há prazo para que o hospital deixe de operar. Isso irá depender da evolução ou não do nível de contágio e, por consequência, da necessidade de leitos.