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CELEBRAÇÃO CENTENÁRIA

BM faz festa-surpresa em aniversário de 101 anos de moradora da Capital

Marina Silva de Lemos ganhou música e medalha pela ajuda prestada a policiais ao longo dos 60 anos em que reside no bairro Petrópolis

01/06/2020 - 08h49min

Atualizada em: 01/06/2020 - 09h17min


Humberto Trezzi
Humberto Trezzi
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Marina Silva de Lemos, um século de vivências plenas, teve o aniversário de 101 anos antecipado com uma festa na tarde deste domingo (31). Foi uma surpresa organizada pela Brigada Militar, porque a idosa, que reside há mais de seis décadas no bairro Petrópolis, em Porto Alegre, costumava brindar os soldados que fazem o patrulhamento com bolos, doces e café em térmica quentinha.

Os PMs do 11º Batalhão de Polícia Militar decidiram retribuir a gentileza, mesmo antes do aniversário oficial (que é em 2 de junho). Levaram até a frente do prédio de Marina, na Rua Carazinho, muitos familiares dela, os melhores amigos, vizinhos e música. Ao vivo. Dois soldados músicos tocaram violão, saxofone e cantaram as músicas preferidas da centenária moradora de Petrópolis. No repertório, adequado ao momento, destaque para canções de Roberto Carlos, como Detalhes, Amigo e Como é Grande o Meu Amor por Você. Muita gente deixou rolarem lágrimas no rosto quando o saxofonista entoou Emoções e o violonista cantou:

“Quando eu estou aqui/ Eu vivo esse momento lindo/ Olhando pra você/ E as mesmas emoções sentindo...”.

A calçada em frente ao prédio de Marina recebeu uma pequena multidão, toda de máscara, como manda o figurino. Compareceram filhos, netos, bisnetos, amigos já idosos, outros nem tanto. Vizinhos vieram com câmeras na mão e filmaram tudo. Emoções, como na música de Roberto, não faltaram.

— Ela sempre foi tão gentil com a polícia. Tudo que for feito ainda é pouco — comenta a capitã da BM Clarice Heck, que ajudou a organizar a festa.

Nascida em Rio Grande, Marina, a vida inteira, foi dona de casa, dedicada ao marido, o mecânico José de Lemos (já falecido), natural de Vacaria. Os dois se mudaram para Porto Alegre há mais de 60 anos. Tiveram quatro filhos, nove netos e uma porção de bisnetos que ninguém soube precisar neste domingo de festa. Mas todos lembram que ela tem uma tataraneta.

Marina não apareceu para ver a homenagem. Ela está acamada desde que teve um AVC, aos 94 anos. Pouco sai do quarto. Mas ouviu tudo, porque o apartamento fica logo acima da calçada e a janela ficou entreaberta.

Ângela Maria, filha que ajudou a organizar a festa-surpresa, tem certeza de que a mãe, mesmo sem poder manifestar, se emocionou muito.

— Música é uma das paixões dela. Qualquer tipo, mas com preferência por seresta, valsa. Ela amava dançar!

Miguel Meirelles, sobrinho, define Marina como “uma pessoa espetacular”, tanto que a filha dele se chama... Marina.

Marina comia o que botasse na frente e bebia o que botasse na frente, descreve outro filho da centenária, Paulo.

— Sempre foi faceira — resume ele.

Além da música, um integrante do 11º BPM fez entrega de uma medalha a Marina, recebida pela filha Ângela.

— Esse é o Oscar da minha mãe! — celebrou Ângela, sob aplausos, pouco antes dos presentes entoarem um animado “Parabéns a Você!”.

Marina não se manifestou, mas ninguém duvida de que ela adorou.




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