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Iniciativa do Grupo RBS, Renner e Lebes distribui 200 mil máscaras no Estado e reforça importância do item

Nesta terça-feira, a iniciativa, que teve o apoio da Cufa, entregou 40 mil máscaras em bairros de Caxias do Sul

09/06/2020 - 17h04min

Atualizada em: 09/06/2020 - 17h59min


Diário Gaúcho
Diário Gaúcho
Marcelo Casagrande / Agencia RBS
Moradores de Caxias do Sul receberam equipamentos de proteção individual na manhã desta terça-feira

Item importante na luta contra o coronavírus, a máscara facial transformou-se, praticamente, em um item de vestuário nos últimos meses. Durante o enfrentamento à pandemia, a população observou o indicativo para o uso do equipamento mudar. Se antes era recomendada apenas aos que estavam infectados, hoje é item obrigatório — previsto em decreto do governo estadual — para quem se desloca a estabelecimentos comerciais, locais com aglomeração e até pelas ruas das cidades do Rio Grande do Sul.

Mesmo que não substitua a necessidade do distanciamento social e a higienização das mãos, a máscara ajuda a reduzir a propagação de gotículas no ambiente e a evitar que uma pessoa infectada transmita o vírus adiante. Uma pesquisa de Hong Kong, publicada no periódico Nature Medicine, indicou que a presença do coronavírus caiu de 40% para zero em ambientes em que as pessoas que tossiram usavam máscara cirúrgica.

No intuito de ajudar a proteger e orientar a população, o Grupo RBS, as Lojas Renner e as Lojas Lebes se uniram e passaram a produzir e distribuir o item em comunidades carentes no Estado, onde se observa a falta de informação e de recursos para a prevenção ao vírus. O objetivo da campanha "Responsabilidade, Vista essa Causa" é ajudar a população mais vulnerável na luta contra a doença.

Nesta terça-feira (9), a iniciativa entregou 40 mil máscaras em bairros de Caxias do Sul, que apresentam alta taxa de vulnerabilidade social. Essa foi a última etapa da campanha, que, ao todo, confeccionou e distribuiu 200 mil itens em comunidades de Passo Fundo (que recebeu 40 mil máscaras), Porto Alegre (80 mil), Santa Maria (20 mil), Pelotas (20 mil) e, agora, Caxias.

Na Capital, moradores dos bairros Bom Jesus, Partenon, Cruzeiro e Restinga receberam as peças. Para isso, uma parceria com a Central Única de Favelas (Cufa) ajudou na logística da entrega. A entidade também tem trabalhado a conscientização dos moradores de comunidades carentes, onde se vê resistência ao uso do item.

— O que é preciso entender é que essa comunidade vê a questão da periculosidade como um tema que infelizmente foi abrandado. Por diversas questões, essa população é negligenciada, há falta de estrutura, falta de saneamento, por exemplo. Então, para muitos, o vírus é só mais um fator que atenta contra a saúde deles, entre tantos outros. Há um outro aspecto também que é o financeiro. Se já está difícil, no desemprego, conseguir comida, imagina a máscara — analisa o coordenador da Cufa RS, Paulo Daniel Santos.

— A gente também tem trabalhado com as comunidades para explicar que o uso da máscara não é questão de gosto pessoal nem de lado político. É uma necessidade, um passaporte para passarmos por tudo que estamos vivendo.

O rapper e educador social Chiquinho Divilas, conhecido pelo envolvimento em programas sociais junto à população carente de Caxias, ajudou na entrega das peças no município nesta terça-feira. Ele acredita que a ação deve colaborar com a redução no número de infectados por coronavírus nas comunidades.

— As máscaras chegam no melhor momento possível, principalmente para as periferias, tendo em vista o afrouxamento do isolamento. É neste momento que todos nós estamos correndo risco. Com esta ação, a gente tem a possibilidade de fazer com que os moradores utilizem o equipamento e fiquem sabendo que a máscara é necessária para quem precisa sair de casa — afirmou.

Marcelo Casagrande / Agencia RBS
Entregas foram realizadas em Caxias do Sul nesta terça-feira

A iniciativa também possibilitou apoiar a cadeia têxtil, fragilizada pela pandemia, como ressaltou o diretor-presidente da Renner, Fabio Faccio:

— Ficamos muito felizes com o resultado do projeto, que mobilizou uma grande rede de colaboração em torno da importância sobre o uso de máscaras, contribuindo para preservar a saúde de todos e evitar a disseminação do coronavírus, assim como auxiliar na proteção de famílias em condições de maior vulnerabilidade. A iniciativa também ajudou a fomentar a atividade do setor têxtil no Rio Grande do Sul, o que é importante neste momento desafiador, auxiliando na manutenção de renda e empregos.

Na ação, Lojas Renner e Lojas Lebes são responsáveis pela fabricação das máscaras, produzidas por pequenas empresas e costureiras locais. Já o Grupo RBS atua na estratégia de comunicação e distribuição das máscaras, além da conscientização das comunidades. A empresa usa sua rede de logística dos jornais para distribuir máscaras, divulgar a campanha com conteúdo orientando as pessoas a adotarem e como usarem a peça.

— O Rio Grande do Sul vive uma situação diferenciada e que nos garantiu retomar parte da atividade econômica. Mas sabemos o quanto a postura de cada cidadão é relevante para que a gente siga avançando. Por isso, estamos investindo em conscientização. Esse é o nosso papel como empresa de comunicação e como empresa gaúcha. É hora de avançarmos juntos e queremos contribuir efetivamente nesse sentido. Que bom que encontramos parceiros que olham na mesma direção. Mais do que entregar máscaras, esse é um projeto de educação. Que não se encerra aqui — destaca o CEO da RBS, Claudio Toigo Filho.

Presidente da Lebes, Otelmo Drebes avalia que o combate à doença exige um "movimento contínuo" da sociedade.

— Esse importante projeto de solidariedade foi o início de uma grande onda que uniu empresas e a comunidade pela saúde dos gaúchos. Mais do que máscaras de proteção, distribuímos educação e informação que realmente podem salvar vidas. Mas não vamos parar, precisamos seguir em frente. Pois o processo de conscientização e engajamento é um movimento contínuo, que necessita constantemente ser reforçado e ampliado para sobreviver — avalia Drebes.

Desde que foi anunciado, em maio, o projeto também convidou outras empresas a se envolverem na rede de solidariedade, com o objetivo de ampliar o número de máscaras doadas. Para participar, era simples: bastava manifestar interesse a partir de um e-mail para vistaessacausa@gruporbs.com.br. As empresas Gauchafarma, Frigelar e Indústria Visual aceitaram o convite. Como resultado, 30 mil máscaras serão doadas para outras comunidades de Porto Alegre e 1,2 mil máscaras face shield, para postos de saúde de comunidades da Capital.


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