Ele chegou no anoitecer de sábado passado, quando a temperatura em Porto Alegre marcava 25 graus. O que esperar desses próximos três meses? Ninguém faz ideia. Por mais que continue quente, tecnicamente é inverno. Regatinha ou gola rolê? Pantufa ou chinelo de dedo? Uma noite a gente empurra o cobertor para os pés da cama. Na outra, puxa ele até o pescoço. E assim vamos. Tomando muita vitamina C pra compensar as variações climáticas. Arregaçando as mangas do pijama de flanela.

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Cada estação mexe com o nosso imaginário. Se o calendário afirma que é inverno, já queremos estufa ligada no banheiro e o vapor da água quente embaçando o espelho. Pinhão no fogão à lenha, chá fumegante, meia de lã, fondue, feijoada, lareira ligada, bergamota no sol. E a vontade de tomar uma sopa quentinha? Foi só eu comprar agnoline (aquele capeletti pequeninho) que subiu a temperatura. Olha que ironia: ele espera no freezer, tiritando de frio. E a gente aqui, se abanando de calor.

Casacos

O inverno nos faz mudar até o estilo de roupa. Deixar de lado camisetas e bermudas pra usar casacos e jaquetas. Tem coisa mais gostosa do que enrolar uma echarpe ou manta pra se proteger do vento? Saudade dos tecidos que aquecem. A turma que ama o verão não vai concordar comigo. Tudo bem! Aproveitem enquanto podem. Logo o jogo vira. Será? Talvez as roupas de inverno sigam fazendo companhia para as roupas de sair, que agora pouco saem de casa por causa dessa pandemia.

Tem um lado do inverno que não é só prazer. É limitação. As pessoas em situação de rua sofrem mais, assim como os alérgicos e os velhinhos com saúde frágil. Bora se cuidar, gente!! E doar roupas pra quem precisa! O fato é que cada mudança de estação traz um novo ciclo. Quando a natureza muda, nós fazemos o mesmo. O corpo se adapta, os hábitos também. Mudar pode acontecer somente por fora ou por dentro. E logo mais, renascemos. Bem-vindo, inverno! Por favor, seja bonzinho com a gente.

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