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Coluna da Maga

Magali Moraes: "Pequenos incêndios"

Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

08/06/2020 - 10h36min


Fernando Gomes / Agencia RBS
Magali Moraes

Não é assunto repetido, juro. Aconteceu de novo. Quinta passada, recebemos a visita dos bombeiros no meu prédio. O alarme de incêndio tocou estridente bem na hora em que sentei pra jantar. Aquele ditado tá certíssimo. Onde há fumaça, há fogo. E onde há cheiro de queimado, há confusão. Na dúvida, vai conferir. Foi o que fiz ligando pra portaria. Só que a gente quer ouvir notícia boa, e não algo assim: “É incêndio!! Já chamamos os bombeiros!” Adeus, noite calminha.

Sabe qual era o meu plano? Comer na santa paz e me jogar no sofá pra assistir a um episódio da minha série. Você não vai acreditar no nome dela. Pequenos Incêndios por Toda Parte. Coincidência ou ironia do destino? Por pouco, eu já estaria de pijama. E não é legal encontrar os vizinhos com essa intimidade. Pensa na correria de todo mundo descendo as escadas. E quem não consegue andar rápido? Só deu tempo de pegar a bolsa e os tênis que estavam na porta. Deixar tudo pra trás é o certo.

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Panela

Algumas famílias lembraram até de colocar máscara. A maioria desceu apenas com a coragem. Crianças sonolentas, cachorros assustados, humanos idem. De quem era a pantufa preta com laço rosa abandonada no caminho? A causa do incêndio foi uma panela esquecida no fogo (fritando alho). Uma distração que colocou todos em perigo.

Mais rápidos que os bombeiros foram os heróis do andar de cima, que viram pela janela a fumaça nessa cozinha. Entraram com extintor e controlaram o fogo. 

E se os extintores estivessem na revisão? O melhor comentário foi de um vizinho: “Ouvi a sirene dos bombeiros e achei que era aqui perto, mas não que fosse tão perto.” Nem todos se ligaram rápido no que estava acontecendo. A gente sai pra rua e não sabe quando vai poder voltar pra casa. Foi um susto, poderia ser bem pior.

Vou continuar com a mania de não dormir de porta fechada. Preciso ouvir os barulhos e sentir os cheiros. E você, tem sempre à mão um extintor ou prefere contar com a sorte?



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