Ele ajuda a lembrar o que precisamos fazer, dizer ou comprar. É como se fosse a cola da prova, só que na versão pra adultos sem memória. Um papel no bolso da calça pode conter uma mensagem querida que recebemos de alguém, e não queremos que se perca dentro da bolsa (o sumidouro clássico). Quem sabe a gente guardou ali o ticket do estacionamento. E quanto mais bolsos a calça tiver, mais eles vão servir de gavetinhas pra colocar moedas, chaves, clips, balas e até cartões de visita.

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Quem nunca lavou dinheiro no bolso da calça? A nota sai cheirosa, uma beleza. Pendurou, secou. Você já reparou que esse é o único papel que sobrevive inteiro à lava-roupas? Já o folhetinho esquecido dentro no bolso vira um encharcado quebra-cabeças que nunca será montado. Foi o que aconteceu com a propaganda da nova pizzaria do bairro. O ciclo de lavagem comeu o cardápio de sabores. Eu deveria ter fotografado o telefone na fachada. Peguei o papel e enfiei no bolso. Adeus.

Banho

A gente faz isso sem pensar. Quem lembra de revisar todos os bolsos da calça antes de ligar a lava-roupas? Aqui em casa até documento de identidade ganhou banho de sabão em pó com amaciante. Mesmo ficando inutilizado, ele não se despedaçou por completo. Já o papelzinho comum, esse dos bilhetes e folhetos, vira um picadinho impossível de decifrar. E tem a contradição: algo que está tecnicamente limpo faz a maior sujeira. Sacode o bolso da calça pra ver só. Aquilo espalha por tudo.

Ironia do destino é acontecer justo com a nota da lavanderia. Imagina colar todos os pedacinhos pra conseguir pegar de volta o edredon que está pronto te esperando? E se o papel estraçalhado for a nota do supermercado em dia de rancho? Que estrago! Ainda nem falei dos bolsos das camisas e casacos, outros lugares campeões de guardar papel e esquecer depois. A solução seria usar calça sem bolso? Costurar os bolsos das camisas e casacos? Ou a gente prestar mais atenção.

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