Papo Reto
Manoel Soares sobre Maria da Penha: "Tive o prazer de conhecer essa guerreira"
O colunista escreve nas edições de final de semana do Diário Gaúcho
Há 14 anos, quando um homem agredia uma mulher, ela tinha que tentar dar queixa com base em violência e tentativa de homicídio. E ainda assim ficava ouvindo perguntas do tipo: mas o que você fez para ele? Você tem certeza que quer dar queixa, se, depois, quando vamos pegar ele, você chora?
Essas e outras perguntas são resultado de homens e mulheres que seguem a lógica do machismo ao extremo. Somente em 2006 foi pensada uma lei que favorecesse a mulher, que tentasse dar o mínimo de proteção diante das mortes e agressões.
Guerreira
A lei leva o nome de uma mulher que acabou em uma cadeira de rodas por causa das agressões do marido. Tive o prazer de conhecer essa guerreira quando ela esteve em Porto Alegre. É graças à luta dela que as mulheres, hoje, têm uma lei que cuja missão é reduzir as agressões e mortes sofridas.
Porém, sabemos que, mesmo depois de 14 anos da existência lei, ela ainda está longe de ser cumprida com efetividade. As medidas protetivas de distância nem sempre têm estrutura de segurança. Mas essa luta ainda está no começo. Punir agressores e conscientizar os homens são os melhores caminhos