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Papo Reto 

Manoel Soares escreve sobre as semelhanças entre Thor e Xangô

Colunista escreve no Diário Gaúcho aos sábados

03/10/2020 - 05h00min


Lauro Alves / Agencia RBS

O desrespeito à fé alheia é algo tão velho como a humanidade. Pessoas morreram na história humana por conta de suas crenças. Por mais que hoje não se queimem mulheres em fogueiras em praça pública, ainda é comum condenar e agredir pessoas a partir de sua crença. Conheço muitos evangélicos que reclamam que são ridicularizados por andar com a Bíblia embaixo do braço. Fora serem costumeiramente chamados de desonestos ou trouxas. A incompreensão do papel do dízimo é um ponto de constante conflito, ter amizade com Cristo, às vezes, é romper com amigos e familiares. 

Por outro lado, muitos africanistas e praticantes de religiões de matriz africana sofrem com apedrejamentos e incêndios aos seus terreiros e espaços sagrados. Tratados como adeptos de uma religião do demônio, muitos escondem sua fé por medo de sofrerem agressões ou de serem prejudicados nos espaços que ocupam. 

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Em muitos casos, as mesmas pessoas dizem que Xangô é uma criação do diabo usam camisetas com o deus Thor da mitologia grega. Ambos usam seu machado e martelo pra fazer justiça, mas um é tema de filme de super-heróis e o outro é motivo de severas críticas. São muito parecidos, a única diferença é a cor da pele de cada um. Porque será que Thor é mais aceito que Xangô? Seja o sangue sagrado de Jesus ou a bênção do Orixá, o que difere é o corpo em que a fé habita. Fé que faz mal não é fé, mas o pior dos pecados.


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