Coluna da Maga
Magali Moraes: "Adeus, Louro José"
Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
No domingo passado, o Brasil teve a triste notícia da morte de Tom Veiga. A gente podia não lembrar do seu rosto, mas o conhecia até de olhos fechados. Ele emprestava sua voz e alma pra um personagem que conseguiu ser unanimidade nacional. Louro José era mais que um boneco animado de papagaio. Nem todos gostam da Ana Maria Braga, mas seu companheiro de palco era cativante. Nenhum galo nos despertou tão bem a cada manhã. Louro José tinha carisma e personalidade.
Os méritos são todos de Tom Veiga, o homem por trás do personagem. Convenhamos, não deve ser tarefa fácil interpretar anos a fio um papagaio que sabe o que fala, e não só repete tudo sem pensar. O que Tom fez foi dar vida ao Louro José. Mais que acompanhar a Ana no programa, esse papagaio entrou no nosso dia a dia e não quis ser coadjuvante. Louro José conquistou seu lugar no coração e nas casas de pessoas anônimas e famosas. Quem não queria fazer uma selfie com ele?
Choro
Foi emocionante ver a quantidade de homenagens que Tom recebeu. Alguém conseguiu segurar o choro ao ver a Ana falando que o considerava como um filho? Louro José vai ser pra sempre uma ideia que deu muito certo. Um papagaio que metia o bico nas receitas, improvisava, debochava, entrevistava junto os convidados, sabia usar ironia com leveza, falava o que a Ana não podia. Tom era um humorista, ou se tornou. Nasceu pra servir de apoio para a estrela maior - e brilhava tanto quanto ela.
Não deve ser fácil manter a audiência de um programa ao vivo por décadas. Será que outro personagem vai substituir o querido Louro? Duvido. Difícil mesmo vai ser substituir Tom Veiga na vida real. Li que ele foi encontrado morto no dia dos 15 anos da sua filha caçula. "Eu só queria ter recebido um feliz aniversário dele", disse a menina nas redes sociais. Força aí, família! Louro José vai permanecer na memória tanto quanto o Tom pai, marido, filho, amigo. As manhãs e o bom humor que lutem.