Coluna da Maga
Magali Moraes: cabeça cheia
Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Também acontece de você sentir a cabeça lotada? Como se fosse uma gaveta enorme e pesada, transbordando de coisas que mal dá pra fechar? Comigo tem sido assim. Enquanto as gavetas de verdade acumulam papelada, documentos, fotos, bilhetes e cacarecos (ou então roupas já sem utilidade), o que acumula na nossa mente é algo que não dá pra pegar com a mão e jogar fora. Lota de quê? Trabalho em excesso, ansiedade, estresse, preocupações nos tamanhos P, M, G e GG.
Se for às vezes, ok. Logo passa. Se virar rotina, cuidado. Uma cabeça-gavetão que só armazena cansaço, angústia e tensão faz o corpo adoecer. Nosso cérebro não funciona bem no modo abarrotado. Pelo contrário, ele precisa de liberdade, momentos de silêncio e contemplação. Mente leve tem espaço de sobra pra pensar melhor, se inspirar e curtir o momento. Cheia, só se for de memórias felizes, pensamentos bons, sonhos e realizações. Então por que a gente acumula tanta tralha na cabeça?
Meditação
Fácil falar. Na prática, é super difícil esvaziar a mente. Principalmente na hora de dormir, quando o cérebro segue a milhão e nem percebe o fofinho do travesseiro. Comecei a ouvir meditação guiada, dica da Mari pra dormir bem (e ajuda). É um grande relaxamento que vai acalmando a respiração e a cuca. O sono vem logo. Existem vários aplicativos que também funcionam. Pensei agora em outro jeito de limpar o cérebro. A gente pode fingir que é dia de mudança e organizar um grande desapego.
Sabe aquele momento clássico de separar o que você quer levar pra nova casa e se livrar de todo o resto? Coloque três caixas imaginárias na sua frente: uma pra guardar, uma pra doar e uma pra jogar no lixo. Agora abra seu gavetão mental e comece a selecionar o que fica e o que sai. Aquela música chata que grudou no cérebro? Lembranças estressantes? Lixo. Frases que ficam martelando na cabeça? Vê se dá pra doar. Memórias gostosas? Guarda tudo. Esvaziar a mente é viver melhor.