Sem vaga
Leitos de UTI em hospitais privados estão com lotação máxima em Porto Alegre e Região Metropolitana
Levantamento da Secretaria Estadual da Saúde aponta 100% de ocupação neste domingo
Todos os leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) em hospitais privados de Porto Alegre e Região Metropolitana estão ocupados neste domingo (6). De acordo com o painel de monitoramento da Secretaria Estadual da Saúde (SES), as 354 vagas para pacientes críticos dos 70 hospitais que integram a macrorregião estão sendo usadas, sendo que as UTIs estão com 358 internados — quatro a mais do que o teto estipulado pelas instituições. Os dados levam em conta os números divulgados pelo governo do Estado até as 12h deste domingo.
Segundo a SES, os leitos privados não são regulados pelo poder público, cabendo a cada hospital gerir a situação. Em casos de extrema urgência, o paciente atendido pelo plano de saúde pode ser direcionado ao Sistema Único de Saúde (SUS), para verificar disponibilidade de vaga.
Neste domingo, observando apenas os números de leitos de UTI pelo SUS, a ocupação é de 76,7%. Das 964 vagas ofertadas, 739 estão ocupadas. Se somados os leitos públicos e privados, a taxa geral de ocupação de UTIs na Região Metropolitana é de 83,1%. Desses, 51,6% são pacientes com coronavírus ou suspeita de estarem com a doença. Os outros 48,4% são internações por outros motivos.
De acordo com o infectologista Alexandre Zavascki, do Hospital Moinhos de Vento, em casos de lotação, os pacientes com critérios para UTI precisam aguardar em unidades não totalmente adequadas para o suporte do paciente crítico. Normalmente, segundo Zavascki, aguardam o leito na emergência.
— Significa que eles vão entrar num fila para vaga de UTI. Normalmente essa fila é na emergência, mas ocorre de pacientes internados em enfermaria piorarem e precisarem ir para UTI. Então a “fila” fica entre emergência e unidades de enfermaria. É sempre uma situação difícil, mas cada hospital tem sua forma de administrar — explica.