Papo Reto
Manoel Soares: "Quem de fato ama, não coloca em risco as pessoas queridas"
Colunista escreve no Diário Gaúcho aos sábados
Amigos, algumas das tragédias que alguns de vocês ouviram falar, eu vi de perto. Estive cobrindo a queda do avião da TAM, a tragédia da Boate Kiss, a queda do avião do time da Chapecoense, entre outros que marcaram minha vida e a vida de muitos gaúchos. Mas confesso que não entendo como a maioria de nós não está se chocando com a tragédia que estamos vivendo diante da pandemia.
Por dia, chegam a morrer o equivalente a cinco aviões lotados, e as pessoas não entendem que precisam se cuidar. Muitos nesse Natal foram para casa de parentes e fizeram festas sem máscaras e sem cuidados, colocando em risco a própria vida e vida de pessoas que amam. Outros estão planejando fazer uma festa daquelas na virada.
Quando vamos para casa de nossos pais e pessoas que amamos, e pertencem a alguma grupo de risco, é como se colocássemos essas pessoas na fila de um avião que tem a possibilidade de cair. Quem de fato ama, não coloca em risco as pessoas queridas. Essas irresponsabilidades lotam hospitais e resultam em covas coletivas nos cemitérios.
Futuro
O ano de 2021 não vai ser fácil. Precisamos de, no mínimo, seis meses até que a primeira dose da vacina chegue nas quebradas. E, depois disso, pelo menos mais quatro meses até que a totalidade das pessoas pobres esteja fora de perigo. Tudo isso se tivermos sorte.
Achar que estamos perto do fim da pandemia e que podemos tirar o pé da prevenção é como aquelas pessoas que pegam a estrada vindo da praia e dirigem certinho até chegar nas cidades da Região Metropolitana. Aí, tiram cinto e não obedecem placas. A tendência é que esse discurso custe caro. A escolha é simples: curtir essa virada vale o risco que você vai levar para sua vida e para a dos outros? Responde aí.