Lá em Casa
Cris Silva: "O poder da paternidade"
Colunista escreve sobre maternidade e família todas as sextas-feiras
Se tem uma coisa que eu agradeço todo santo dia é a dádiva ter nascido na minha família. Que sorte! Tenho pais e irmãos incríveis, e, me desculpem o clichê, mas eles são meu porto seguro. E sobre segurança, proteção, eu preciso falar do meu pai. Um mestre, literalmente. Foi com ele que aprendi tantas coisas dessa vida, meu humor e minha satisfação em contar piadas e de ver as pessoas rirem vem dele. A segurança de seguir a vida e arriscar vem das inúmeras vezes que ouvi do Ronaldão (meu pai): “Vai lá, maninha! Tu consegue. Estuda, te dedica e não tem erro, eu confio em ti”. A figura paterna tem poder, ô se tem! Só que a falta dela, infelizmente, pode deixar lacunas bem difíceis de fechar.
Relação pai e filho
Segundo estudos, a presença sempre ativa e constante do pai pode ajudar as crianças a se sentirem seguras ao expandirem suas experiências pelo mundo. Vale ressaltar que a figura paterna pode ser representada por um tio, um avô ou outro adulto do sexo masculino que tenha um vínculo satisfatório com a criança.
Os jovens procuram no seu pai um modelo com o qual possam se identificar. Se o pai está ausente, outros modelos virão ocupar esse vazio, com grande chance de não serem propriamente exemplares.
Um eterno vazio
Para falar sobre paternidade, trago um relato sobre a ausência do pai e o quanto isso pode ter provocado prejuízos emocionais, feito pelo meu marido. Veja o que diz o Paulo:
“Minha referência paterna sempre foi meu tio, achava ele o cara mais sensacional do mundo. Conheci meu pai aos cinco anos. Aí, fiquei um tempo sem vê-lo, e só o encontrava quando ele passava por Porto Alegre, pois era piloto de avião. Sem carinho, tu não vais criar nenhum vínculo afetivo que represente o que essa pessoa é para ti. Então, hoje, eu, pai de três filhos, percebo a importância de prestar atenção nas falas, nos gestos deles. Quero ser um porto, pra quando qualquer um deles tiver dúvida ou dificuldade, eu possa estar aqui para ajudar. Porque eu não tive isso, o que foi muito ruim. É uma espécie de vazio que não foi preenchido e não será mais preenchido porque esse momento já passou. E eu sei o quanto essa convivência me fez e ainda faz falta.”
DICA DE LEITURA
Trago como sugestão para aprofundar o tema da paternidade o livro “PAI MALA: relatos sinceros de afeto, vínculos e imperfeições que não estão nos manuais”. Conhecido nas redes sociais pelo perfil @pai_mala, o publicitário Beto Bigatti já ajudou a mudar muita gente. Através de textos cheios de emoção, ele propõe reflexões sobre o papel dos pais nas famílias e compartilha seu dia a dia. Quer conhecer o Beto e ouvir o recado dele? Assista o vídeo.
Pérola
–”Eu vi o dois pilantra...”, canta, mãe!
– Que música é essa, Luis?
– É o Hino do Brasil, ué.
Luis, quatro anos