Coluna da Maga
Magali Moraes: nada e tudo
Colunista escreve às segundas e sextas-feiras no Diário Gaúcho
Tô de volta, e com saudade. Se você nem percebeu a minha ausência é porque fui muito bem substituída (obrigada, colegas!). Sabe o que eu fiz enquanto estava de férias? Nada e tudo. Em alguns dias, absolutamente nada. Como é difícil quando se é uma pessoa inquieta. Cada vez mais eu acredito que o maior luxo é ter tempo livre pra fazer o que se gosta. Férias nos dão essa riqueza. Temos liberdade pra preencher os dias do jeito que a gente quiser. Até segunda-feira vira sábado.
Como sempre, a cabeça demorou pra desligar. Por mais que o corpo já estivesse jogado na rede, os pensamentos continuavam rodopiando. Sem falar que precisei trabalhar um longo dia durante as férias. Também não deu pra fazer o que eu mais amo nessa vida, que é conhecer novos lugares. Estamos levando a sério a pandemia e fugindo das aglomerações. Nossa casinha na praia foi o refúgio. Lavei, cozinhei, li, estudei, maratonei séries, andei de bike, dei risada com as vizinhas.
Sol
Você nunca vai me ver torrando em banho de sol. Meu horário de ir à praia é no final de tarde. Caminhar com a areia mais vazia, ver os pássaros pescando os últimos peixes e as nuvens mudando de cor com o entardecer. Já o sol que energiza 24h eu amo. Só estando de férias pra perceber a movimentação que a luz solar faz dentro de casa e da gente. Onde ela bate mais forte: no cantinho perto da janela, no cabelo, no humor, na disposição. Noites leves e bem dormidas também nos iluminam.
Tanto nada pra contar. E foi tudo! Aliás, tudo o que fiz dá pra fazer em qualquer mês. Aproveitar a vida não deveria ser tarefa de férias. Senão vivemos tão pouco, né? E se a gente marcar no calendário momentinhos pra fingir férias? Entre um compromisso e outro, inventar respiros que renovam. O alarme voltou a tocar. Vou incluir mais um de noite: procurar as estrelas no céu, senão vou sentir falta delas. Voltei revestida de T-Fal, antiaderente a problemas. Tomara que dure mais que frigideira.